Em causa está a redução de "85% dos meios [humanos e materiais] de combate" aos incêndios na passagem da fase Charlie para a fase Delta, determinado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), quando a Liga defendia somente uma redução "entre os 30 e 40 por cento". A fase Charlie de combate aos fogos terminou a 30 de Setembro e a fase Delta dura o mês de Outubro. Porém, apesar dos alertas, "o país está arder, os incendiários estão à solta" e "os responsáveis têm que prestar contas", acusou Jaime Soares nas Caldas da Rainha, onde hoje apresentou a sua candidatura a um terceiro mandato à frente da LBP.
Jaime Marta Soares apontou o dedo ao comando da ANPC e "ao Governo que o nomeia", desafiando "cada um a fazer a leitura das suas responsabilidades" perante "o autismo absolutamente censurável" e a "preocupação economicista" num país onde "há [dinheiro] para tudo menos para as estruturas de protecção civil". Certo de que, no combate aos incêndios que este verão assolaram o país, "os bombeiros cumpriram a sua missão" e de que, se falhas houve, se devem "ao comando que tem saído da ANPC ", Jaime Marta Soares defendeu a alteração da organização daquela estrutura e a implementação de uma direcção nacional de bombeiros autónoma, independente e com orçamento próprio.
Além de uma estrutura autónoma de comando, Marta Soares defende a independência das associações de bombeiros face ao poder político, a revisão da lei do financiamento das associações e um aumento do Fundo de Protecção Social do Bombeiro, entre outras medidas que integram o plano de acção da lista que lidera. Jaime Marta Soares candidata-se a um terceiro mandato à frente da LBP, defrontando o comandante José Barreira Abrantes nas eleições para os órgãos sociais que se realizam durante o 43.º congresso nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, que vai decorrer entre 27 e 29 de Outubro, em Fafe.