Num dos partos foi necessário fazer uma cesariana e reanimar o recém-nascido.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) do Algarve responsabilizou esta quarta-feira a gestão do hospital de Faro por se terem realizado partos sem pediatras no hospital de Portimão, no sábado, pondo "em risco a vida de recém-nascidos".
O SIM manifestou a sua "enorme preocupação" por esses partos terem acontecido "sem que estivessem garantidas as condições mínimas para que tal sucedesse", porque foi necessário fazer uma cesariana e reanimar um recém-nascido sem a presença de um pediatra, denunciou.
"A ausência de pediatras no serviço de urgência e no hospital, teria levado a um desfecho fatal, não fosse a intervenção do anestesista que, perante uma situação crítica, procedeu à reanimação da criança, embora a sua obrigação fosse para com a mãe (anestesiada), sendo que a função de reanimar o recém-nascido, pela sua especificidade, compete ao pediatra", realçou o SIM do Algarve num comunicado.
A mesma fonte classificou como "lamentável" que se tenha posto "em risco a vida dos recém-nascidos, no hospital de Portimão, pela incapacidade e pela irresponsabilidade de quem gere o hospital".
"É de tal modo gritante essa inépcia, que o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) recentemente apenas abriu concurso para um pediatra, quando necessita de 14", argumentou.
O SIM questionou-se sobre as razões "na origem desta poupança cega e insensata", perguntando-se se será pela "incompetência", e defendeu que a situação verificada em Portimão "demonstra o falhanço total quer do conselho de administração do CHUA, quer do conselho directivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve".
O sindicato considerou que o CHUA e a ARS "não acautelarem de forma responsável, como lhes deve competir, as necessidades da região e dos algarvios", designadamente os do barlavento, servidos pelo hospital de Portimão e que, segundo o SIM, têm "direito a ter as condições adequadas para que os seus filhos nasçam com a mesma segurança relativamente a qualquer outra parte do país".
O caso da falta de pediatras no hospital de Portimão foi noticiado por vários órgãos de comunicação social nos últimos dias.
Ao Correio da Manhã e ao Observador, a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) disse que se tratou de uma "situação imprevisível e excepcional", reconheceu que os partos "não devem" ser realizados sem pediatras e lembrou a "carência" de pediatras no CHUA.
Partos sem pediatra em Portimão puseram "em risco a vida" de bebés
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."