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Participação das mulheres nas Forças Armadas subiu para 15,3% em 2024

Lusa 21 de março de 2025 às 18:59
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O país conta com 5265 mulheres nas Forças Armadas: 3460 militares (817 na Marinha, 1.424 no Exército e 1.219 na Força Aérea) e 1805 civis.

Paulo Calado/MediaLivre

As mulheres representavam em 2024 15,3% das Forças Armadas, um crescimento de mais de 2,5 pontos percentuais em relação a 2022, anunciou hoje a secretária de Estado da Defesa, Ana Isabel Xavier.

Atualmente, detalhou Ana Isabel Xavier, o país conta com 5265 mulheres nas Forças Armadas: 3460 militares (817 na Marinha, 1424 no Exército e 1219 na Força Aérea) e 1805 civis. Em 2022, disse a governante, Portugal tinha 12,73% de mulheres militares, e encerrou 2024 com 15,3%.

A secretária de Estado da Defesa divulgou estes dados no debate "Defesa das Mulheres e Construção da Paz" sobre o papel das mulheres na defesa, organizado pela representação portuguesa do Parlamento Europeu, em Lisboa.

A governante sublinhou que a presença feminina nas Forças Armadas nacionais é superior à média da NATO e da União Europeia, um sinal de que Portugal está "na linha da frente da igualdade e sobretudo da promoção de políticas públicas" nesse âmbito.

A secretária de Estado sublinhou também que o Colégio Militar tem hoje "mais candidaturas de meninas do que meninos", sendo que apenas é uma entidade de educação mista desde 2014.

Ana Isabel Xavier disse que, ao falar sobre a participação das mulheres na área militar, tem como objetivo centrar a ação política na defesa da divulgação do papel da mulher e de políticas públicas para promoção de igualdade de oportunidades.

No mesmo debate, a tenente-coronel Diana Morais, coordenadora do Gabinete da Igualdade do Ministério da Defesa, defendeu a participação feminina nas Forças Armadas não só como um direito mas também por "necessidade estratégica".

Diana Morais disse que os adversários do Ocidente, nomeadamente a Rússia, têm usado a desinformação para criar "narrativas contra as mulheres" e a sua presença na vida pública de forma a atacar "os valores e princípios de todos os europeus" em matéria de igualdade.

"Os nossos adversários estão a usar os nossos estereótipos de género contra nós (...). Quando nós estamos a planear operações, nós militares temos que perceber que os nossos adversários estão a utilizar isso, que os grupos terroristas utilizam mulheres como bombistas suicida porque acham que nós, forças militares ou forças de segurança, dizemos ‘não, uma mulher não é uma terrorista, uma mulher não é uma ameaça’", acrescentou.

Numa participação por vídeo, a eurodeputada do PS Carla Tavares, que integra a Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade dos Géneros do Parlamento Europeu, advertiu que a paridade em Portugal "está num bom caminho" mas "ainda está distante", enaltecendo o "papel fundamental" das mulheres como agentes de mudança nas Forças Armadas.

Do PSD, o eurpodeputado Paulo Nascimento Cabral, da mesma comissão, afirmou que ainda existe um longo caminho a percorrer para se atingir a igualdade entre homens e mulheres na Europa, frisando que, "este ritmo, só daqui a 60 anos" é que se atingirá "o efeito de igualdade na União Europeia e apenas em 300 anos no resto do mundo."

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