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Parlamento levantou imunidade a Miguel Macedo

O antigo ministro poderá assim ser ouvido como arguido no âmbito da investigação ao caso dos chamados vistos gold

A Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação decidiu levantar esta quinta-feira a imunidade ao deputado social-democrata Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna, para que seja ouvido como arguido no caso dos vistos dourados (gold).

 

Em reunião extraordinária à porta fechada, a 12.ª comissão da Assembleia da República aprovou por unanimidade o relatório elaborado pelo deputado do PSD Sérgio Azevedo, segundo fonte parlamentar.

 

O caso dos vistos gold levou a que Miguel Macedo apresentasse a demissão do Governo, tendo retomado o seu mandato de deputado à Assembleia da República.

 

A decisão prendeu-se com a "aplicação directa do estatuto dos deputados", pois está em causa o crime de prevaricação, com uma moldura penal de três a oito anos de prisão.

 

A 24 de Abril, a mesma comissão parlamentar analisara um pedido de levantamento de imunidade parlamentar feito pelo próprio Miguel Macedo, mas recusou-o por unanimidade, o presidente, o também parlamentar social-democrata Pedro Lynce, a justificar que o ex-ministro não era, então, arguido nem testemunha em nenhum processo.

 

O estatuto dos deputados estabelece que os tribunos "não podem ser ouvidos como declarantes nem como arguidos sem autorização da Assembleia da República, sendo obrigatória a decisão de autorização, no segundo caso, quando houver fortes indícios de prática de crime doloso a que corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a 3 anos".

 

A Operação Labirinto, que envolveu buscas e 11 detenções, a 18 de Novembro de 2014, está relacionada com a aquisição de vistos gold e investiga indícios de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência.

 

O caso envolve o antigo director do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) António Figueiredo, a ex-secretária-geral do Ministério da Justiça Maria Antónia Anes, o ex-director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) Jarmela Palos, o sócio-gerente da empresa JMF Projects and Business Jaime Gomes e os funcionários do IRN Paulo Eliseu, Paulo Vieira, José Manuel Gonçalves e Abílio Silva, entre outros.

 

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