Sábado – Pense por si

Página do movimento "Direito a morrer com dignidade" desactivada no Facebook

25 de maio de 2018 às 23:22
As mais lidas

Os quatros projectos de lei para despenalizar e regular a morte medicamente assistida em Portugal vão ser debatidos e votados, na generalidade, na terça-feira, na Assembleia da República.

O movimento cívico "Direito a morrer com dignidade" denunciou esta sexta-feira que a sua página na rede social Facebook foi desactivada, não conseguindo resolver o problema ou obter qualquer justificação, a quatro dias da votação sobre eutanásia no parlamento.

"Foi mesmo apagado, sem qualquer tipo de notificação do Facebook. Já estamos há cerca de quatro horas a tentar e não se consegue resolver ou obter qualquer explicação", disse àLusaBruno Maia, é um dos coordenadores do movimento cívico.

O médico Bruno Maia explicou que o Facebook está a tratar o caso como uma página que foi apagada e não suspensa, frisando que a suspensão pode ocorrer em casos de denúncias em massa. "Existia um vídeo com meio milhão de visualizações e desapareceu de todos os links onde estava embebido, mesmo das nossas páginas pessoais", explicou, salientando que o movimento pugna pela despenalização da morte assistida e que se está a poucos dias de debater e votar no parlamento sobre a eutanásia.

Gilberto Couto, também do movimento cívico, explicou que o caso foi detectado quando os elementos tentaram actualizar a informação na página na rede social.

"Percebeu-se que a página não existia e, apesar de várias tentativas, ainda não se conseguiu recuperar. Não fomos informados de nada pelo Facebook e não nos deram qualquer explicação", afirmou à Lusa.

A agênciaLusacontactou o Facebook, mas até ao momento não foi possível obter qualquer esclarecimento.

Os quatros projectos de lei para despenalizar e regular a morte medicamente assistida em Portugal vão ser debatidos e votados, na generalidade, na terça-feira, na Assembleia da República.

Nas bancadas do PSD e do PS, que no total somam 175 dos 230 deputados, haverá liberdade de voto.

O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) foi o primeiro a apresentar um projeto, ainda em 2017, seguido pelo BE, pelo PS e o Partido Ecologista 'Os Verdes' (PEV).

Todos os diplomas prevêem que só podem pedir, através de um médico, a morte medicamente assistida pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável, sendo necessário confirmar várias vezes essa vontade.

PSD e CDS-PP já admitiram, no passado, a realização de um referendo sobre o tema da morte medicamente assistida, hipótese que o PS afasta claramente.

O novo presidente do PSD, Rui Rio, é, pessoalmente, favorável à despenalização da eutanásia e contra o referendo, embora admita que o partido discuta a questão da consulta popular. O PCP ainda não tomou posição sobre esta matéria.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!