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O exílio português de luxo do ditador Fulgêncio Baptista

Sara Capelo
Sara Capelo 30 de dezembro de 2018 às 21:01

Portugal foi imposto ao general cubano, que acabou a pescar na Madeira e a escrever directamente a Salazar. E até a fumar charutos no Funchal

A polícia bloqueou a passagem aos jornalistas. Ninguém conseguiu naquele 20 de Agosto de 1959 entrevistar o mais famoso dos passageiros que pelas 14h48 aterrara em Lisboa. Vinha no Super-Constellation, da companhia norte-americana Seabard Western, que partira de Ciudad Trujillo, na República Dominicana. O interesse dos repórteres nacionais e internacionais ressoaria horas mais tarde nas televisões e vespertinos dessa quinta -feira e nos diários dos dias seguintes, do México ao Paquistão ou à Tailândia: "Presidente de Cuba, Fulgêncio Baptista chegou ontem a Lisboa e vai fixar residência no Funchal", titulava o Diário de Notícias na primeira página. Vinha para um exílio de "luxo", escreveu o El Nacional, da Venezuela.

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