Sábado – Pense por si

O exílio português de luxo do ditador Fulgêncio Baptista

Sara Capelo
Sara Capelo 30 de dezembro de 2018 às 21:01

Portugal foi imposto ao general cubano, que acabou a pescar na Madeira e a escrever directamente a Salazar. E até a fumar charutos no Funchal

A polícia bloqueou a passagem aos jornalistas. Ninguém conseguiu naquele 20 de Agosto de 1959 entrevistar o mais famoso dos passageiros que pelas 14h48 aterrara em Lisboa. Vinha no Super-Constellation, da companhia norte-americana Seabard Western, que partira de Ciudad Trujillo, na República Dominicana. O interesse dos repórteres nacionais e internacionais ressoaria horas mais tarde nas televisões e vespertinos dessa quinta -feira e nos diários dos dias seguintes, do México ao Paquistão ou à Tailândia: "Presidente de Cuba, Fulgêncio Baptista chegou ontem a Lisboa e vai fixar residência no Funchal", titulava o Diário de Notícias na primeira página. Vinha para um exílio de "luxo", escreveu o El Nacional, da Venezuela.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.

Gentalha

Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.