Sábado – Pense por si

O dia-a-dia na Casa dos Marcos da Associação Raríssimas

Lucília Galha
Lucília Galha 29 de abril de 2017 às 10:00

Rodrigo, Ricardo, Tiago e Dinis têm sempre fome e, para atenuar o impulso, tudo serve: até lixo ou comida de cão

A porta da cozinha está sempre trancada. E não pode haver comida nas outras divisões da casa. Nem uns rebuçados ou bombons. Rodrigo, 17 anos, sabe que não pode comer, nem quer (custa-lhe depois perder os excessos do deslize), mas acaba sempre por ceder. A tentação é maior. Como daquela vez em que o pai trouxe para casa um queijo da serra, que ficou inadvertidamente em cima da mesa da cozinha, com a porta aberta. Rodrigo comeu o queijo inteiro – pesava mais de meio quilo. Ou como naquele Natal, quando a mãe teve de sair e ele ficou com acesso livre à cozinha. Comeu o que lhe apeteceu. Tanto que foi parar ao hospital. Ou, como naquela temporada, durante o 5º ano da escola, em que Rodrigo, apesar de não comer mais do que o costume, continuava misteriosamente a engordar: andava no lixo a comer os restos dos lanches que os colegas deitavam fora, descobriria uma professora entretanto.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais