Comunicado do MUSP indica que este é o "resultado de uma política de desinvestimento e má gestão que prejudica seriamente a mobilidade e os utentes"
Os problemas no transporte fluvial entre as margens do Tejo resultam de "uma política de desinvestimento e má gestão", denunciou hoje o Movimento de Utentes dos Serviços Púbicos (MUSP), que solicitou uma reunião urgente à administração da empresa.
"Esta situação, para a qual as comissões de utentes já há muito têm vindo a alertar, é o resultado de uma política de desinvestimento e má gestão que prejudica seriamente a mobilidade e os utentes", afirmou, em comunicado, o MUSP.
Na sequência da supressão pela Soflusa de oito carreiras nas horas de ponta nos percursos Barreiro-Lisboa, o movimento solicitou "uma reunião com carácter de urgência" com a administração da empresa, para conhecer as medidas com vista a resolver a "gravíssima situação criada".
"A falta de aquisição de novos navios, a redução do número de funcionários responsáveis pela manutenção e a falta de aquisição de peças, são a receita para a degradação do serviço prestado, para a imobilização de navios, por vezes durante meses", apontou o MUSP.
Uma situação que obriga à consequente "contratação de serviços externos, quase sempre mais demorados e dispendiosos", frisou o movimento.
"O processo de degradação do transporte fluvial ligando a margem sul a Lisboa é uma evidência, com mais de uma dezena de barcos parados, quer da Soflusa, quer da Transtejo, levando diariamente a atrasos e supressão de horários, criando dificuldades aos milhares de utentes que diariamente utilizam este meio de transporte", acrescentou o MUSP.
Problemas que, além disso, empurram outros tantos milhares de utentes "para o transporte privado, com acréscimos de custos, de importações e levando a uma degradação ambiental".
Para o MUSP, o governo deve decidir pela "aquisição de novos navios que permitam substituir as embarcações -- algumas com mais de 50 anos, diversas com mais de 20 -- que fazem parte da frota destas empresas e que já não se encontram em condições de prestar um serviço fiável e de qualidade".
O movimento defendeu ainda a necessidade de se avançar imediatamente com o investimento de dez milhões de euros, anunciado em Junho pelo ministro do Ambiente, "para colocar em funcionamento os navios parados", quando "metade da frota da Soflusa e Transtejo se encontra inoperacional".
Desde o início da semana que a Soflusa suprimiu várias ligações entre o Barreiro e Lisboa, durante os períodos das horas de ponta, o que tem originado incidentes nos cais de embarque.
A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) anunciou hoje uma acção de fiscalização à Soflusa, na sequência das repetidas perturbações na prestação do serviço de transporte fluvial, no sentido de verificar "a protecção dos direitos dos passageiros".
A Soflusa é a empresa responsável pelas ligações entre o Barreiro e Lisboa, enquanto a Transtejo faz as ligações do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão com a capital.
Movimento de utentes denuncia "desinvestimento e má gestão" na Soflusa
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A condenação do CSMP assenta na ultrapassagem das limitações estatutárias quanto à duração dos mandatos e na ausência de fundamentos objetivos e transparentes nos critérios de avaliação, ferindo princípios essenciais de legalidade e boa administração.
A frustração gera ressentimento que, por sua vez, gera um individualismo que acharíamos extinto após a grande prova de interdependência que foi a pandemia da Covid-19.