Vieira da Silva reconheceu que "não há greves indolores" e que elas são desencadeadas com o objetivo de produzir efeitos, mas considerou que a paralisação dos motoristas irá afetar um setor "sensível", o dos transportes.
O ministro do Trabalho,Vieira da Silva, defendeu esta quarta-feira que os serviços mínimos entre 50% a 100% que foram hoje decretados pelo Governo para a paralisação dos motoristas não põem em causa o direito à greve.
"Não está a ser posto em causa o direito à greve", disse Vieira da Silva na conferência de imprensa desta tarde onde deu a conhecer os serviços mínimos definidos para agreve dos motoristasprevista para arrancar na segunda-feira por tempo indeterminado.
"O direito à greve é um direito constitucional e fundador do nosso Estado de direito e oGovernorespeita-o de forma inequívoca, mas o Governo tem também a responsabilidade de defender os interesses de todos os portugueses", sublinhou o ministro do Trabalho.
Vieira da Silva reconheceu que "não há greves indolores" e que elas são desencadeadas com o objetivo de produzir efeitos, mas considerou que a paralisação dos motoristas irá afetar um setor "sensível", o dos transportes, e que terá "um impacto muito grande" na vida das pessoas e no funcionamento da economia.
"É por isso que existem as leis, é para isso que existem os serviços mínimos", sublinhou o ministro.
"Os serviços mínimos não são contra as greves, estão no enquadramento da greve, quando se definem não se está a negar o direito à greve, pelo contrário ", reforçou Vieira da Silva.
O Governo decretou hoje serviços mínimos entre 50% e 100% para a greve dos motoristas de mercadorias que se inicia na segunda-feira, por tempo indeterminado.
O advogado do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, disse hoje que vai "refletir" sobre a "barbaridade" dos serviços mínimos.
"Neste momento, vamos refletir sobre esta barbaridade que aconteceu aqui, vamos conversar com os nossos sócios", disse Pedro Pardal Henriques em declarações transmitidas pela SIC.
O porta-voz do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), Anacleto Rodrigues, afirmou, por seu turno, que a estrutura se vai concentrar na "impugnação dos serviços mínimos".
Já a associação patronal Antram classificou como "uma medida cautelar correta" a decisão Governo de declarar preventivamente o estado de emergência energética e de estabelecer serviços mínimos a propósito da greve dos motoristas de matérias perigosas.
Além dos serviços mínimos, o Governo decretou hoje, preventivamente, estado de emergência energética, no âmbito do pré-aviso de greve, permitindo a constituição da Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), com 54 postos prioritários e 320 postos de acesso público.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que acusam a associação patronal Antram de não querer cumprir o acordo assinado em maio.
Motoristas: Governo diz que serviços mínimos não põem em causa direito à greve
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O Estado português falha. Os sucessivos governos do país, falham (ainda) mais, numa constante abstração e desnorte, alicerçados em estratégias de efeito superficial, improvisando sem planear.
A chave ainda funcionava perfeitamente. Entraram na cozinha onde tinham tomado milhares de pequenos-almoços, onde tinham discutido problemas dos filhos, onde tinham planeado férias que já pareciam de outras vidas.