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Momentos de tensão na manifestação da restauração em Lisboa

"Estão a matar 100% dos restaurantes por 3% do contágio", "Queremos trabalhar, deixem-nos viver" são algumas das frases que se podem ler nos cartazes de alguns dos manifestantes. Manifestantes tentaram perseguir jornalista criando momento de tensão momentâneo.

Centenas de empresários e trabalhadores da restauração, eventos culturais e animação noturna estão este sábado reunidos no Rossio, em Lisboa, exigindo apoios do Governo para lutarem contra o desemprego e continuarem "a pôr pão na mesa".

Por momentos gerou-se a confusão quando uma das pessoas no palco da manifestação acusou o jornalObservador de mentir nos números de manifestantes. O que levou a que alguns manifestantes perseguissem o jornalista em causa. A PSP interviu de imediato pondo fim ao episódio, refere oJN.

Em frente ao Teatro Nacional Dona Maria II, e rodeados por um visível aparato policial, os organizadores do protesto fazem-se ouvir em cima de uma carrinha de caixa aberta, a partir da qual desfiam um rol de queixas que concluem sempre o mesmo: "a restauração e a cultura estão a morrer!".

Os presentes, munidos de máscara e com algum distanciamento social, estão a empunhar cartazes onde se leem as principais reivindicações destes setores .

Queixam-se de ser o bode expiatório desta pandemia e assumem-se como os maiores cumpridores da segurança, mas dizem que, apesar disso, têm sido os mais prejudicados.

"Estão a matar 100% dos restaurantes por 3% do contágio", "Queremos trabalhar, deixem-nos viver" ou "Não há saúde sem economia" são algumas das frases que se podem ler nos cartazes de alguns dos manifestantes.

Os vários intervenientes queixam-se de terem sido obrigados a despedir trabalhadores, nomeadamente no setor da animação cultural, mas também na restauração, na hotelaria, nas discotecas e bares noturnos e nos transportes de turistas.

Os presentes aplaudem e fazem-se ouvir com apitos.

Em cima do improvisado palanque, os discursos têm sido inflamados, muitas vezes com recurso ao uso de palavrões, e muita indignação.

O comércio e a restauração iniciam hoje o primeiro de dois fins de semana em que apenas podem abrir entre as 8h e as 13h, no âmbito do estado de emergência, uma medida contestada por várias associações empresariais.

Em conferência de imprensa, ao mesmo tempo que decorre este protesto no Rossio, em Lisboa, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital anunciou que os apoios já disponibilizados ou anunciados para o setor da restauração na sequência da crise causada pela pandemia totalizam 1.103 milhões de euros, correspondendo a cerca de 60% do da quebra de faturação registada pelo setor.

Aquele valor global engloba 286 milhões de euros de apoios que já chegaram às empresas deste setor por via do ‘lay-off’ simplificado e do apoio à retoma progressiva ou ainda os 200 milhões de euros para o novo programa apoiar.pt que consiste na atribuição de um apoio a fundo perdido às micro, pequenas e médias empresas para as compensar pela quebra de faturação.

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Editorial

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