Sábado – Pense por si

Misericórdias recusam praticar eutanásia caso seja legalizada

União das Misericórdias diz disponível para intermediar o acesso dos seus utentes a instituições que pratiquem a eutanásia, mas que esta não será feita nas suas instituiões.

A União das Misericórdias decidiu hoje que as suas instituições não vão praticar atos de eutanásia, caso esta venha a ser legalizada em Portugal, mas está disponível para intermediar o acesso dos seus utentes a instituições que a pratiquem.

"Perante a eventualidade de o parlamento português vir a aprovar a eutanásia, as Misericórdias Portuguesas decidem tornar público que, nas suas instituições, não praticarão a eutanásia a nenhum título. Contudo, no respeito pela pessoa humana, e pela liberdade individual, no caso de um utente desejar apoio para colocar termo à vida, as Misericórdias facilitarão a transferência desse utente para uma entidade certificada que o queira e possa fazer", lê-se num comunicado da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), hoje divulgado.

A decisão foi tomada hoje em reunião do Secretariado Nacional da UMP, que decorreu em Boticas, Vila Real.

No comunicado, a UMP destaca o trabalho de 40 anos das suas instituições, as quais "têm consagrado o melhor da sua atividade a cuidar das pessoas, nomeadamente os mais idosos, muitas vezes em situações de extrema dificuldade sempre com o objetivo de lhes assegurar dignidade, cidadania e qualidade de vida".

"As Misericórdias Portuguesas não podem deixar de manifestar uma vez mais aos Portugueses, ao Senhor Presidente da República, ao Senhor Primeiro Ministro, a todo Governo e aos Senhores Deputados, a sua total disponibilidade para reforçar a sua capacidade de cuidar das pessoas, quer em sede de cuidados paliativos, quer em sede de necessidades paliativas, de modo a criar na Sociedade todas as condições para uma vida plena e digna", refere o documento.

A Assembleia da República debate e vota na quinta-feira os cinco projetos de lei para a despenalização da morte assistida - BE, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal - que preveem essa possibilidade, mas sob diversas condições.

Em curso, está já a recolha de assinaturas por um grupo de cidadãos para a realização de um referendo sobre a matéria, que tem o apoio da Igreja Católica. Dos partidos com representação parlamentar, apenas o CDS-PP e o Chega apoiam a ideia.

Quando resulta de iniciativa popular, a proposta de referendo tem de ser subscrita por um mínimo de 60.000 cidadãos eleitores portugueses, regularmente recenseados no território nacional.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.