Frasquilho deixou ainda "um agradecimento ao povo português, porque, nesta altura, é com o auxílio do Estado português que a TAP está a sobreviver".
O presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, disse hoje que a companhia "vai ter mesmo de mudar de hábitos" em termos de resultados e agradeceu ao povo português, que está a auxiliar a sobrevivência da TAP.
"Claramente, a TAP tem de mudar de vida e de hábitos em termos de resultados", afirmou Miguel Frasquilho, que participava no 'webinar' com o tema "Haverá retoma sem transporte aéreo?", promovido pelo Jornal Económico e pela consultora BDC, sublinhando que "a TAP vai ter de ser rentável e vai ter de ser sustentável".
O 'chairman' da companhia aérea deixou ainda "um agradecimento ao povo português, porque, nesta altura, é com o auxílio do Estado português que a TAP está a sobreviver".
Também a participar no 'webinar' esteve o presidente executivo da Ryanair, Michael O'Leary, que acusou o Estado português de pretender "estoirar três mil milhões de euros na TAP", dinheiro esse que será "perdido, de qualquer das formas", pela transportadora portuguesa.
Miguel Frasquilho recusou-se a "responder na mesma moeda" aos "mimos com que a Ryanair costuma dirigir-se à TAP", mas lembrou que a empresa que lidera é a "que mais transporta passageiros de e para Portugal" e que a sua quota de mercado no 'hub' de Lisboa é de quase 50%.
"Este investimento, este apoio que o Estado português está a conceder à TAP é justificado porque ele é muitíssimo inferior ao que se perderia se a TAP fosse deixada cair", considerou Miguel Frasquilho.
O responsável assumiu que o plano de reestruturação que vai agora ser negociado com Bruxelas é "muito duro" e prevê uma redução do volume de emprego, mas a "alternativa ao plano de reestruturação seria a perda de sete mil postos de trabalho diretos e muitas dezenas de postos de trabalho indiretos, porque seria o desaparecimento da TAP.
O presidente do Conselho de Administração deixou, porém, uma nota de "otimismo realista para o futuro", considerando que a TAP tem todas as condições para voltar a contribuir para a economia portuguesa, com o plano de reestruturação que está a ser desenhado.
Por último, o 'chairman' manifestou a total disponibilidade da TAP para cooperar com outras companhias do setor --- nomeadamente a EuroAtlantic Airways, cujo presidente executivo, Eugénio Fernandes, participou também no debate ---, e disse que "essas parcerias podem materializar-se de diversas formas".
O Governo entregou na semana passada o plano de reestruturação da TAP à Comissão Europeia, que, segundo detalhou o ministro na sexta-feira, prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.
O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões.
Já os órgãos sociais da companhia aérea, que incluem o Conselho de Administração e a Comissão Executiva, vão ter um corte salarial de 30%.
Miguel Frasquilho diz que TAP tem "de mudar de hábitos" em termos de resultados
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O descontentamento que se vive dentro da Polícia de Segurança Pública resulta de décadas de acumulação de fragilidades estruturais: salários de entrada pouco acima do mínimo nacional, suplementos que não refletem o risco real da função, instalações degradadas e falta de meios operacionais.