Uma investigação dos departamentos de Alimentação e Nutrição e de Doenças Infeciosas do Instituto Ricardo Jorge concluiu que mais de quatro centenas de pessoas sofreram intoxicações alimentares, a maioria por consumo de alimentos fora de casa
Mais de 400 pessoas sofreram intoxicações alimentares em Portugal em 2015, a maioria por consumo de alimentos fora de casa, segundo uma investigação dos departamentos de Alimentação e Nutrição e de Doenças Infecciosas do Instituto Ricardo Jorge.
De acordo com o estudo, o tratamento térmico inadequado, abusos tempo/temperatura e ocorrência de contaminações cruzadas continuam a ser os factores que mais contribuem para a ocorrência de surtos de toxinfecções alimentares.
Esta é a principal conclusão do estudo do Instituto Ricardo Jorge que analisou dados de 20 surtos de toxinfecção alimentar ocorridos em Portugal em 2015, tendo sido afectadas 421 pessoas, das quais 96 foram hospitalizadas.
De 2010 a 2015 foram registados 62 surtos, que resultaram em 1.485 intoxicações e 171 hospitalizações.
Segundo a investigação laboratorial de surtos de toxinfecções alimentares, não foram reportados óbitos.
Em 2015, a força da evidência dos surtos foi forte em oito casos e fraca em 12, sendo que esta distinção está relacionada com a suspeita "forte" ou "fraca" dirigida a determinado veículo alimentar.
O agente causal e/ou suas toxinas foram identificados em 50 por cento dos surtos, nomeadamente toxina botulínica tipo B, C. per fringens, Salmonella Enteritidis, Listeria monocy togenes serogrupo IVb, E. coli verotoxigénica não-O157, Enterotoxina estafilocócica tipo A e Shigella sonnei.
O local onde os alimentos foram consumidos ou onde ocorreu uma ou mais etapas finais de preparação foi identificado em 90 por cento dos surtos: 75 por cento em locais públicos (instituições, residenciais, cantinas/bares de escolas, colégios, infantários, creches, restaurantes, hospitais, lares de idosos) e 25 por cento em casa, ou seja todos os doentes envolvidos pertenciam ao mesmo agregado familiar.
Em 2014, o agente etiológico causal foi identificado em 52% dos surtos reportados pelo INSA e em 71% do total de surtos reportados pela European Food Safety Authority (EFSA).
De acordo com o estudo, considera-se um surto de toxinfecção alimentar uma doença infecciosa ou tóxica que afeta dois ou mais indivíduos, causada, ou que se suspeita ter sido causada, pelo consumo de género(s) alimentício(s) ou água contaminados por microrganismos, suas toxinas ou metabolitos.
Embora as toxinfecções alimentares sejam causa de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, podem ser prevenidas pela minimização dos factores que estão na sua origem.
O Departamento de Alimentação e Nutrição, em parceria com outros Departamentos do Instituto Ricardo Jorge e em colaboração com a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, notifica anualmente à EFSA os dados dos surtos ocorridos em Portugal.
Deste modo, ao abrigo da Directiva 2003/99/CE, a EFSA analisa os dados enviados pelos Estados-Membros e prepara um relatório anual, em colaboração com o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), de modo a gerar evidência científica que permita a optimização dos sistemas de segurança alimentar implementados, assim como os programas de educação para a saúde, minimizando o impacte humano, económico e social destas doenças na Europa.
Mais de 400 pessoas sofreram intoxicações alimentares em 2015
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Trazemos-lhe um guia para aproveitar o melhor do Alentejo litoral. E ainda: um negócio fraudulento com vistos gold que envolveu 10 milhões de euros e uma entrevista ao filósofo José Gil.