O primeiro-ministro fez o segundo balanço ao País na sequência do apagão que afetou Portugal e Espanha, na terça-feira. Vai ser criada uma comissão técnica independente à resposta nacional e um pedido aos reguladores.
O primeiro-ministro começou por afirmar que "o nosso País teve uma resposta altamente positiva e forte", agradecendo a maturidade da população, que souberam manter a serenidade. Na segunda comunicação ao País desde oapagão de segunda-feira, que deixou Portugal sem energia durante 10 horas, Luís Montenegro agradeceu aos operacionais e profissionais - da saúde, segurança e autarquias.
MIGUEL A. LOPES/LUSA
"Neste momento, o País está ligado com normalidade, todos os 6,4 milhões de clientes estão a ser alimentados. O sistema está a funcionar com a produção nacional", indicou o governante, dizendo que a dependência de Espanha não têm a ver com a falta de capacidade nacional, mas como a ligação em rede. Montenegro explicou assim porque Portugal foi afetado com um apagão que teve origem em Espanha.
Em relação à rede de água, o chefe de governo referiu que está praticamente reposta a rede. Já o abastecimento de combustíveis está restabelecido na sua normalidade, bem como a abertura de escolas. Montenegro sublinhou ainda que "não houve nenhum sobressalto de maior em termos de segurança ou proteção civil durante a noite".
"O Conselho de Ministros que está ainda reunido tomou já algumas decisões: solicitar um auditoria independente à rede europeia aos sistemas elétricos afetados para termos uma resposta cabal sobre a origem deste problema; uma comissão independente nacional de analisar à resiliência e resposta nesta área, na saúde e na proteção civil; decidimos ainda não prolongar nem alargar a declaração de crise energética que termina às 23h de hoje, nem as restrições de combustível já não estará em vigor; todos os prazos de obrigações fiscais que terminavam ontem foram prorrogados até amanhã [quarta-feira] e os que tinham prazo a decorrer pelo voto antecipado para as legislativas foi prorrogado até ao final do dia de hoje por razões operacionais", anunciou o primeiro-ministro.
O líder do Governo anunciou ainda a antecipação do sistema de blackstart para novas centrais - atualmente apenas a Tapada do Outeiro e Castelo de Bode possuem este sistema que permite reativar a rede do zero. "Já percebemos que são eficazes, mas insuficientes para dar resposta rápida", justificou. Passarão a ter este sistema as centrais do Baixo Sabor e do Alqueva.
Respondendo aos jornalistas, Montenegro negou que resposta da proteção civil tenha falhado. "Foram criadas duas células de crise" para dar resposta às necessidades em termos de proteção civil, saúde e infraestruturas críticas e também no contacto com as autarquias.
O primeiro-ministro garantiu que a comunicação à população foi dada logo pelo ministro da Presidência, ontem, às rádios para dar indicações do que devia ser feito e depois ele próprio falou ao início da tarde. O apagão aconteceu às 11h33, a primeira comunicação do primeiro-ministro foi já depois das 15h. "Se poderíamos ter feito melhor? Estamos sempre a tempo de fazer melhor", apontou, sublinhando que a situação "foi inédita e grave".
Montenegro justificou que a mensagem da Proteção Civil partiu às 17h, porque antes houve "uma opção por privilegiar a comunicação direta com as populações através da rádio e porque a Proteção Civil esteve preocupada com infraestruturas críticas". A população só recebeu a mensagem depois das 20h e algumas já mais tarde - "O que demonstra que as comunicações eram inexistentes".
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