Estivemos infiltrados nas redes sociais e fomos a um encontro de negacionistas. Seguimos o percurso profissional e de vida do mais polémico juiz e advogado que é um símbolo, até violento, para grupos como o Habeas Corpus, Defender Portugal e Aliança pela Saúde.
O telemóvel não saía da mão direita de "Ana Desirat". Na noite fria de domingo, dia 19, acampada à frente da Assembleia da República entre os cartazes autárquicos de Suzana Garcia (PSD) e André Ventura (Chega), a mulher de 60 anos não tirava os olhos do ecrã, atenta aos comentários, likes e reações à sua nova fotografia de perfil, onde está a posar de megafone. "Qualquer dia, candidato-me à Presidência da República. E vocês vão ser os meus conselheiros de Estado, até tu Pedro. Olha toma mais vinho, faz bem para berrarmos depois", disse, entusiasmada, de garrafa Vallado tinto na mão, pronta a servir, e de frango assado no prato. O Pedro não se chamava Pedro, nem planeava berrar depois – era eu, Alexandre Malhado, jornalista da SÁBADO, imiscuído na conversa de jantar e nos seus grupos privados de Facebook. Na mesa improvisada e desorganizada, a Covid-19 era o centro da conversa. Falava-se dos centros de vacinação como "matadouros", ignorando o contributo da vacina para a queda de mortalidade (só entre maio e julho foi possível evitar cerca de 700 mortes em Portugal, segundo um estudo do Instituto de Saúde Pública do Porto), e especulava-se como os governos querem usar o "RMA" (queriam dizer mRNA, tecnologia usada nas vacinas Pfizer e Moderna) "para o mal", sem referir como os próprios governantes terem sido inoculados.
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Há momentos que quebram um governo. Por vezes logo. Noutras, há um clique que não permite as coisas voltarem a ser como dantes. Por vezes são casos. Noutras, são políticas. O pacote laboral poderá ser justamente esse momento para a AD.
A recente manifestação dos juízes e procuradores italianos, que envergaram as suas becas e empunharam cópias da Constituição nas portas dos tribunais, é um sinal inequívoco de que mesmo sistemas jurídicos amadurecidos podem ser alvo de ameaças sérias à sua integridade.
Apoiando Marques Mendes, recuso-me a “relinchar” alegremente campanha fora, como parece tomar por certo o nosso indómito candidato naquele tom castrense ao estilo “é assim como eu digo e porque sou eu a dizer, ou não é de forma alguma!”.
O tarefeiro preenche um buraco, não constrói a casa. Tal como no SNS, a proliferação de tarefeiros políticos não surge do nada. É consequência de partidos envelhecidos, processos de decisão opacos, e de uma crescente desconfiança dos cidadãos.