Sábado – Pense por si

Furacão Leslie fez uma vítima mortal

A passagem do furacão na região Centro, no sábado, provocou a mais rápida rajada de vento alguma vez registada em Portugal, a cerca de 176 quilómetros por hora, na Figueira da Foz.

A passagem do furacão Leslie na região Centro, no sábado, provocou uma vítima mortal em Armadouro, Pampilhosa da Serra. O homem, encontrado esta manhã junto à sua casa, terá morrido na sequência de uma queda de dois metros da rampa de acesso à habitação para a estrada, confirmou o Correio da Manhã  junto de fonte da GNR.  

Inicialmente, foram avançadas duas vítimas mortais. De acordo com fonte do município de Montemor-o-Velho à agência Lusa, a primeira vítima teria sido atingida por uma árvore, em Amieiro, freguesia de Arazede. "Há a registar uma vítima mortal, três feridos ligeiros, sete famílias desalojadas (já realojadas em casas de familiares) e uma família de três pessoas que se recusou a sair da sua habitação", disse a mesma fonte daquela autarquia do distrito de Coimbra.

No entanto, de acordo com o Observador, a morte registada em Montemor-o-Velho não estará relacionada a tempestade, confirmou fonte do comando territorial da GNR de Coimbra. A publicação referiu que o homem de 73 anos morreu de "causas naturais" e não na sequência da tempestade e a mesma fonte adiantou que autoridades estiveram no local, onde "foi declarado o óbito por causas naturais", negando assim que o homem tivesse sido atingido por uma árvore.

A passagem do Leslie por Portugal, no sábado e domingo, provocou dois mortos, 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.

A ANPC mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.

O distrito mais afetado pelo Leslie foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um "percurso muito errático", se fez sentir com maior intensidade, disse o comandante da ANPC, Duarte da Costa.

Rajada de vento na Figueira da Foz foi a maior registada em Portugal

Uma rajada de vento atingiu os cerca de 176 quilómetros por hora no sábado à noite na Figueira da Foz, valor mais elevado registado em Portugal, indicou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Numa nota publicada no 'site', o IPMA adianta que a estação de Figueira da Foz/Vila Verde registou às 22h40 de sábado uma rajada de cerca de 176 quilómetros por hora, valor atribuído a um fenómeno designado por 'sting jet'.

O IPMA frisa que a rajada observada no sábado na Figueira da Foz constitui o valor "mais elevado registado em estações da rede meteorológica nacional", sendo o máximo anterior de 169 quilómetros por hora, a 17 de outubro de 2015.

O IPMA explica que o 'sting jet' é uma forte corrente descendente que, por vezes, se desenvolve no bordo oeste de depressões extratropicais, podendo alcançar a superfície. Nestes casos, as rajadas podem ser superiores a 150 quilómetros por hora numa área reduzida, tipicamente situada a sudoeste do núcleo da depressão.

Este organismo refere que as rajadas observadas junto à superfície resultam de processos evaporativos que ocorrem em níveis médios da massa nebulosa da tempestade, resultando destes processos "arrefecimento e consequente transporte descendente do ar para níveis mais baixos, com aceleração progressiva".

A designação de 'sting jet' decorre do facto de a assinatura deste fenómeno em imagens de satélite e radar se assemelhar à da cauda de um escorpião (sting).

O IPMA indica ainda que se observou um fenómeno semelhante em Portugal Continental a 23 de dezembro de 2009, mas na altura não esteve associado a uma depressão resultante da transição de ciclone tropical para depressão extratropical, como se verificou no sábado.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Urbanista

A repressão nunca é sustentável

Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.