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Estado e Santa Casa puseram mais de €9 milhões em fundação em risco de reverter para os Espírito Santo

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 02 de outubro de 2024 às 23:00

A Fundação Ricardo Espírito Santo Silva sobrevive com apoio público desde o fim do BES, mas se fechar o património reverterá para a família. Estatutos de 1953, blindados, dificultam a gestão. O maior mecenas, a Santa Casa, está a repensar o apoio. A Câmara de Lisboa vai pedir parte do dinheiro de volta.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), a Câmara Municipal de Lisboa e o Ministério da Cultura já apoiaram a Fundação Ricardo Espírito Santo Silva (FRESS) com pelo menos 9,25 milhões de euros desde que o colapso do BES, em 2014, deixou a fundação dedicada às artes decorativas perto do fim. Apesar dos apoios desde 2015, resultantes da vontade política de salvar a instituição, a FRESS continua numa situação muito frágil, o que tem gerado apreensão crescente em alguns dos seus mecenas, em particular a Santa Casa agora em crise, responsável por mais de metade do apoio da esfera pública – é que em caso de encerramento, a valiosa coleção de arte decorativa e o palácio Azurara, que a alberga, revertem para os ramos da família Espírito Santo, sentados no Conselho de Curadores e herdeiros do fundador.

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