As cirurgias adicionais, criadas para diminuir as listas de espera, foram aproveitadas por vários dermatologistas do maior hospital do país para faturar milhares de euros.
O diretor de dermatologia do Santa Maria, Paulo Filipe, apresentou a demissão, esta segunda-feira ao final do dia, depois de ter sido confrontado com os resultados preliminares do relatório interno solicitado pelo presidente do Conselho de Administração às cirurgias adicionais, avança a CNN Portugal.
As cirurgias adicionais (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia - SIGIC), criadas para diminuir as listas de espera, foram aproveitadas por vários dermatologistas do maior hospital do país para faturar milhares de euros. Miguel Apalhão, por exemplo, faturou 400 mil euros por dez sábados de trabalho no hospital de Santa Maria.
A CNN Portugal apurou que Paulo Filipe foi confrontado com as irregularidades e colocou o lugar à disposição. O presidente do Hospital, Carlos Martins, aceitou de imediato e prepara-se para nomear uma diretora interina durante a reunião do Conselho de Administração marcada para esta manhã.
Depois da reportagem, em maio, o presidente do Conselho de Administração ordenou a abertura de cinco auditorias internas envolvendo a Dermatologia.
Após ser conhecido o caso de Santa Maria, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde instruiu os hospitais para que garantam maior racionalidade nos serviços de dermatologia, limitando a realização de cirurgias fora de horário normal a casos oncológicos ou benignos muito prioritários.
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