Sábado – Pense por si

Crónica de Maria Henrique Espada: Ela voa, ela ri, ela é sagrada

Maria Henrique Espada
Maria Henrique Espada 05 de junho de 2016 às 17:37

O congresso do PS: os críticos são bons, nós somos bons, Portugal é bom, porque o poder simplesmente pode. É da sua natureza

Francisco Assis já não esteve no último dia do congresso. Mas esteve. António Costa, o próprio, chamou-o. Primeiro, no filmezinho que introduziu a sua intervenção, com imagens da campanha eleitoral, lá apareceu uma em que tinha ao lado… Francisco Assis. Não apareceu mais nenhum dirigente, ilustre ou histórico. Só Costa, sozinho ou em banhos de multidão, e Assis, o escolhido. Depois, Costa citou-o no discurso: "O debate aberto consolidou a unidade do PS", porque no PS, "como aqui disse ontem o Francisco Assis, no PS nunca uma divergência foi uma dissidência", cada voz crítica "sempre foi um contributo positivo para a nossa reflexão colectiva", é por isso "que nós reforçamos sempre a nossa unidade". Ninguém se riu que o assunto era sério. Assis, o crítico, é um alfinete na lapela da geringonça que critica: é esse o tamanho da sua enorme solidão. Costa riu por último.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais