Imã Abdul Gafar garante que os entre 30 a 40 pedidos de ajuda que recebe diariamente são na maioria de "pessoas que passam muito mal".
Amesquita da Amadoratem recebido entre 30 a 40 pedidos diários de ajuda alimentar, de famílias que vivem "à luz de velas" e "passam muitas dificuldades" e diz que vai continuar a prestar apoio durante a pandemia.
"São pessoas que passam muito muitas dificuldades. Há famílias de quatro pessoas - marido, mulher e dois filhos -- a viverem num quarto. Há casas sem luz e pessoas a viverem à luz de velas", disse à agência Lusa o imã Abdul Gafar.
O responsável por aquela mesquita do distrito de Lisboa falava à Lusa na sequência dos incidentes que ocorreram na quarta-feira num posto da mesquita da Amadora.
Num retrato das situações que chegam à mesquita, o imã Abdul Gafar disse que os entre 30 a 40 pedidos de ajuda que recebe diariamente são na maioria de "pessoas que passam muito mal".
Segundo o responsável, os homens em questão trabalham sobretudo na construção civil e as mulheres nas limpezas.
"São pessoas que passam muitas dificuldades. Nós tentámos sempre dar o nosso máximo para podermos chegar a todos", referiu, acrescentando que conhece as situações porque já esteve em "casa de muitas delas".
E reiterou que há casos de famílias de quatro pessoas a viverem num quarto e de casas sem luz elétrica.
Todos os anos, durante o Ramadão, a mesquita da Amadora faz uma recolha de fundos para comprar bens alimentares para oferecer às famílias mais carenciadas.
Referindo-se à situação que ocorreu na quarta-feira junto a um posto da mesquita, que juntou cerca de 200 pessoas sem cumprir as regras de distanciamento social impostas pelo Governo e que levou à intervenção da PSP, disse ter sido uma surpresa.
"Deparámo-nos com uma multidão de gente à porta da mesquita. Estavam cerca de 40/50 pessoas desde manhã. Não estávamos à espera [das 200 pessoas], mas sabíamos que a necessidade era muita", observou.
Contactada pela Lusa, fonte do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP disse que o alerta foi dado às 14:54, tendo a PSP da Amadora e a Polícia Municipal ido ao local, na Avenida Gago Coutinho, para controlar a situação.
Também em declarações à agência Lusa, o sheik David Munir, imã da Mesquita Central de Lisboa, explicou que o que aconteceu resultou da "boa vontade de pessoas que frequentam aquela mesquita em ajudar a população em geral"
"É normal no mês do Ramadão os muçulmanos ajudarem os mais carenciados. Independentemente da religião. Ontem [quarta-feira] vieram muitos não muçulmanos e receberam o rancho", disse, acrescentando que foram ao local pessoas de outras localidades, como Sintra "porque ouviram falar".
Segundo o sheik Munir, a distribuição dos bens este ano é diferente por causa da covid-19, lembrando que tem de haver "um distanciamento e um número mais limitado" de pessoas juntas, havendo "mais restrições do que nos anos anteriores".
De acordo com fonte da Câmara da Amadora, a autarquia "foi apanhada de forma de surpresa", com a situação.
A mesquita foi igualmente contactada e explicaram que, "a haver nova distribuição terá de ser feita em outros moldes articulando com as entidades do concelho de forma a garantir a privacidade e segurança de cada um".
Fonte da Câmara da Amadora revelou ainda que desde o início da ativação do Plano Municipal de Emergência a 19 de março, e com dados relativos até final de abril, a linha de apoio social recebeu 1.007 chamadas com pedidos de ajuda.
Foram até então fornecidas 5.054 refeições em regime de 'take-away' para alunos das escolas do município com escalões A e B, tendo também sido entregues 180 refeições a agregados infetados com a covid-19.
Covid-19: Mesquita da Amadora ajuda pessoas que ainda "vivem à luz de velas"
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