Presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública defendeu que o estado de emergência não deve ser levantado no início de maio se o cenário epidemiológico for idêntico ao atual.
O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, defendeu hoje que o estado de emergência não deve ser levantado no início de maio se o cenário epidemiológico da covid-19 for idêntico ao atual.
Responsáveis políticos, parceiros sociais e epidemiologistas vão avaliar na terça-feira a situação epidemiológica no país e no dia seguinte "o Conselho de Ministros irá definir orientações no sentido de como, de forma gradual e em segurança, se poderá começar a retirar várias restrições que têm vigorado", segundo o primeiro-ministro António Costa.
Para Ricardo Mexia, esta ainda não é a altura certa para o levantamento do estado de emergência porque "o cenário epidemiológico é muito semelhante" ao que existia quando este foi renovado.
"Se se mantiver esta situação eu acredito que daqui a uma semana, quando for a altura de reavaliar, não vai ser o momento de levantar as restrições na medida em que não tivemos um verdadeiro decréscimo do número de casos", sublinhou.
O médico de saúde pública explicou que tem havido "uma estabilização [do número de casso] que, obviamente, é melhor do que ter um crescimento exponencial, mas isso não quer dizer que os números estejam a baixar de forma clara".
"E, portanto, deixo aqui uma nota de preocupação por, eventualmente, termos que reavaliar a situação daqui a uma semana, quando for altura de renovar ou não o estado de emergência, mas se a situação for análoga há que vivemos agora eu vejo com dificuldade que a interpretação possa ser diferente daquela que tivemos há uma semana quando foi decretado mais 15 dias de estado de emergência", reiterou o presidente da associação.
Sobre a necessidade de retomar gradualmente a atividade económica, Ricardo Mexia afirmou que "a economia beneficia da saúde tal como a saúde também beneficia de uma economia que seja forte e em crescimento".
"A grande questão é que num cenário que nós levantemos as restrições cedo demais podemos depois vir a pagar o preço disso como já aconteceu em alguns países e, portanto, nós temos que aprender também com a experiência de outros contextos e aplicá-la também a nosso favor", defendeu.
Nesse sentido, defendeu ainda, é necessário "avaliar de forma muito rigorosa qual é a situação epidemiológica para tomar uma decisão fundamentada para quando for possível reduzir as restrições".
Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".
A infeção pelo novo coronavírus SARV-CoV-2, que provoca a doença covid-19, já fez 785 vítimas mortais e infetou 21.982 pessoas, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 593.500 doentes foram considerados curados.
Covid-19: Médicos de saúde pública defendem continuação de estado de emergência
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."