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Covid-19. Infarmed rejeita posição sobre vacina da AstraZeneca sem conclusões da EMA

Lusa 06 de abril de 2021 às 19:31
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Ao contrário da primeira suspensão temporária da administração da vacina em Portugal, Autoridade do Medicamento vai alinhar-se com o regulador europeu quanto a uma decisão acerca da alegada ligação da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 e a formação de tromboembolismos em pessoas vacinadas.

O Infarmed rejeita tomar qualquer posição unilateral sobre a alegada ligação da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 e a formação de tromboembolismos em pessoas vacinadas antes de a Agência Europeia do Medicamento (EMA) anunciar uma conclusão.

REUTERS/Benoit Tessier/File Photo

"A posição do Infarmed é de alinhamento com o regulador europeu. Está a decorrer a reunião [do Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância] da EMA e será divulgada uma conclusão assim que terminar. Estamos a aguardar", afirmou fonte oficial da Autoridade Nacional do Medicamento à agência Lusa.

A reunião do comité da agência europeia, que conta com representantes do Infarmed, começou hoje e deve prolongar-se até sexta-feira, mas as questões em torno da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca devem estar no topo da agenda, após a declaração do responsável pela estratégia de vacinação da EMA, Marco Cavaleri, a confirmar "uma ligação" entre a vacina e a ocorrência de coágulos sanguíneos.

"Obviamente, este é um assunto prioritário na reunião e o comité vai analisar os novos dados que chegaram dos diversos países", acrescentou a mesma fonte.

Em causa está a entrevista do alto funcionário da EMA ao jornal italiano ‘Il Messaggero’, na qual Marco Cavaleri considerou ser "evidente" a existência de uma conexão, embora tenha assumido o seu desconhecimento sobre as causas.

"O que causa esta reação, contudo, ainda não sabemos. Nas próximas horas diremos que existe uma ligação, mas ainda precisamos de compreender como isso acontece. Procuramos obter uma imagem clara do que se está a passar, para definir precisamente esta síndrome devido à vacina. Entre os vacinados, há mais casos de trombose cerebral em pessoas mais jovens do que seria de esperar. Isto teremos de dizer", afirmou.

Na sequência destas palavras, a EMA enviou uma declaração à AFP, assegurando que o comité de segurança da agência, com sede em Amesterdão, "ainda não chegou a uma conclusão e a revisão está atualmente em curso". Paralelamente, a agência europeia informou que uma decisão sobre esta matéria deve apenas ser anunciada nos próximos dois dias.

Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, reiterou também a necessidade de esperar por uma posição oficial da EMA, mas já admitiu que se o regulador europeu confirmar esta situação, então haverá uma "maior morosidade" na aplicação do plano de vacinação contra a covid-19 no espaço comunitário.

"No quadro da União Europeia, consideramos que é fundamental que haja uma posição uniforme relativamente às recomendações e indicações fixadas pela EMA no que respeita a cada uma das vacinas. Se houver um berbicacho, então isso terá inevitáveis consequências no processo de vacinação", apontou o primeiro-ministro.

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