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Como os portugueses salvam vidas no Mediterrâneo

Sara Capelo
Sara Capelo 15 de março de 2018 às 14:03

Governo anuncia esta quinta-feira, 15, que Portugal vai reforçar meios no controlo das fronteiras europeias. Conheça a história de alguns agentes

Talvez outro técnico tivesse ignorado aquela afirmação. Mas Paulo Régio estranhou quando, nobriefingdiário com as autoridades marítimas da ilha de Samos, na Grécia, ouviu que estavam a chegar a um ilhéu próximo mais de 100 pessoas por dia que se identificavam como sírias. Quis conhecê-los. Aproximou-se sem levar identificação e – talvez fruto da sua experiência de 26 anos no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), alguns no aeroporto de Lisboa – achou que seriam magrebinos. Em vez de usar o intérprete de árabe, interpelou-os em francês e responderam-lhe com facilidade. Tinha cada vez mais motivos para desconfiar. Ao entrevistá-los, confirmou que as presumíveis nacionalidades da maioria eram argelina, tunisina e marroquina. Afinal, a sua intuição estava correcta. "Parece uma situação normal, mas não é. Há uma percentagem de atentados que é perpetrada por indivíduos que entraram de forma irregular, que estavam a pedir asilo", explica à SÁBADO o inspector de 49 anos. "Se não for feita a identificação de forma correcta, estamos a lidar com pessoas-fantasma que nunca se sabe exactamente quem são." E isso pode acarretar riscos para a segurança europeia.

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