A líder bloquista Catarina Martins considera que os eleitores têm "a vida facilitada" quando forem decidir entre os cabeça de lista por Setúbal
A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou na passada segunda-feira que os eleitores de Setúbal não terão dificuldade em escolher nas legislativas entre Joana Mortágua (BE) e Maria Luís Albuquerque (Coligação PSD/CDS), a que se referiu como "miss SWAP".
"Setúbal tem a vida facilitada. Acho que entre a lista encabeçada pela miss SWAP (Maria Luís Albuquerque, da coligação PSD/CDS) ou a lista encabeçada pela Joana Mortágua (BE), não vão ter muitas dificuldades em escolher", disse Catarina Martins, numa alusão ao facto de a actual ministra das Finanças ter negociado contractos SWAP para empresas públicas antes de entrar para o Governo.
A coordenadora do BE, que falava na apresentação dos candidatos do BE às próximas eleições legislativas no distrito de Setúbal, acusou os partidos do Governo de só quererem falar do período que antecedeu a governação da actual coligação PSD/CDS, esquecendo que o que alguns governantes faziam nesse período.
"A coligação PSD/CDS faz tudo para falar do antes. Antes de ter chegado ao Governo, estava uma desgraça, foi tudo feito por causa do antes. Bem, esquecem-se que o antes teve muitos anos de alternância, teve muitas culpas repartidas. Esquecem-se até que o antes teve, por exemplo, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, a fazer PPP (Parcerias Público-privadas) do lado dos privados, ou a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que agora até é cabeça de lista por Setúbal, a fazer SWAP’s (contractos em que há uma troca de uma taxa de juro variável por uma taxa de juro fixa) para as empresas públicas", disse.
Para Catarina Martins, o governo PSD/CDS não pode falar do "antes" como se não tivesse lá estado, porque PS, PSD e CDS estiveram "todos juntos nas privatizações" de diversas empresas de sectores estratégicos, como aconteceu com a EDP, os CTT, a ANA.
"Quando se quer vender os País, estão todos juntos nas privatizações" disse, repartindo as culpas pela actual situação do País pelos partidos do "centrão [PS, PSD e CDS]", disse.
A lista de candidatos do BE pelo distrito de Setúbal, liderada por Joana Mortágua - irmã da actual deputada do BE Maria Mortágua -, tem como mandatário o historiador Fernando Rosas, antigo deputado do BE também por Setúbal, que fez um balanço arrasador da governação PSD/CDS dos últimos quatro anos.
"Esse balanço é uma queda do PIB [Produto Interno Bruto] de 06 por cento, é a liquidação de cerca de 300 mil postos de trabalho, é o corte real e nominal dos salários, é o corte das pensões, é o empobrecimento dos mais pobres e das classes médias com os cortes do complementos para os idosos, é o corte dos subsídios de desemprego, do subsídio de doença, as taxas moderadoras, os abonos de família", disse Fernando Rosas, que também não poupou críticas ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
"Como é que este primeiro-ministro tem a lata, e o desplante, perante os portugueses, na televisão, de dizer que os mais pobres não foram prejudicados, quando foram as vítimas de eleição deste Governo, de sugar até à medula o trabalho e o sangue dos portugueses", questionou o mandatário da lista de deputados do BE por Setúbal.
Para Fernando Rosas é preciso "lutar contra essa ilusão sinistra de que é possível fazer crescer e desenvolver o Pais, obedecendo às regras da Europa germanófila, obedecendo às regras que nos mandam não crescer, obedecendo ao Tratado Orçamental Europeu, obedecendo aos ditames que mandam que não se mexa na dívida".
" [Temos de] combater essa ilusão sinistra de que rastejando perante a Europa nós podemos chegar a algum lado. Temos de combater essa política com propostas, com alternativas, com um programa", concluiu.
Catarina Martins: entre Joana e Maria Luís, vai ser fácil escolher
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