Esta quarta-feira estiveram no Palácio da Justiça vários representantes de empresas com quem o grupo musical terá tentado celebrar contratos de patrocínio, mas que devido a um vídeo publicado pela humorista terão sido cancelados. Também as mulheres dos cantores prestaram depoimentos.
Esta quarta-feira (18) decorreu a segunda sessão do julgamento que opõe os Anjos e Joana Marques e no Palácio da Justiça, em Lisboa, estiveram vários representantes de empresas com quem o grupo musical terá celebrado contratos de patrocínio, mas que devido a um vídeo publicado pela humorista terão sido cancelados. A testemunhar estiveram também a mulher de Sérgio, Andreia Rosado, e a companheira de Nelson, Sílvia Rosado.
Os €100 mil perdidos
Mariline Alves/Correio da Manhã
Uma empresa ligada à "área da nurição" terá contratado os Anjos para "alavancar o nível de divulgação da marca", uma vez que a banda "percorre o país inteiro" e para isso, terão oferecido o pagamento de mais de €35 mil mais IVA. Ao invés disso, o contrato, que foi celebrado no início de 2022, acabou anulado a 6 de maio do mesmo ano, após um pedido por parte do gestor de empresas Pedro Duque. "Não me restava outra alternativa. Senti que as coisas tinham ganhado uma proporção de tal forma... toda a gente via nas redes sociais", confessou.
Além do gestor de empresas, foi também ouvido Bruno Carvalho, que chegou a assinar um contrato com a dupla musical no valor de €75 mil mais IVA, e cuja promoção também estava ligada à nutrição. "Não me lembro de haver qualquer caso negativo do passado ligado aos Anjos. Pareceu-me que estavam reunidas as condições". No entanto, este foi revogado "com efeitos imediatos" e "nunca teve início".
Já Luís Ramos, um empresário ligado à área farmacêutica, afirmou que a sua empresa ficou tão "alarmada" com toda esta controvérsia que deixou de se querer associar aos cantores. "Achámos, internamente, que não fazia sentido estarmos associados a uma polémica."
Especialistas ligados à área da música, e que foram levados pela defesa de Joana Marques, estiveram também esta quarta-feira no Palácio da Justiça. Foi o caso do maestro Nuno Feist, que admitiu que o vídeo original da atuação da dupla estava "catastrófico" e que o mesmo não correspondia ao talento dos Anjos. "As harmonias não são as mais óbvias, mas encaixaram no que é o Hino Nacional" e "não houve desafinação", apontou.
Enquanto isso, o técnico Sérgio Antunes, da Média Pro Internacional, recordou os atrasos na transmissão da atuação. Não obstante, defendeu que a qualidade do vídeo original "não foi tão mau" quanto a versão da comediante usada "para ridicularizar".
Emoções em dia de julgamento
Já Timi Montalvão, que trabalha como produtora musical dos Anjos há 22 anos, emocionou-se ao lembrar os concertos que foram cancelados. "Tivemos um concerto cancelado no dia em que a Joana Marques foi à televisão falar disto (...). Eu não queria acreditar no que estava a ver. Ficámos tristes e surpreendidos. Era um evento transmitido para o mundo inteiro, era um momento de orgulho", confessou.
Segundo Timi Montalvão, este aparato teve tal impacto na banda que o cantor Nelson Rosado "não dormia". "Ele não conseguia pensar noutra coisa que não fosse isto. Entrou em depressão."
E reforçou: "Só não aconteceram coisas graves porque temos uma família incrível (...). [Mas] a nível psicológico eles ficaram muito afetados".
CMTV
A mulher de Nelson não falou tanto do impacto que o vídeo teve no marido, mas sim nos seus filhos. "Tive de o começar a adormecer. Eu nem sou religiosa, mas agarrava nas mãozinhas dele, fechávamos os olhos e fazíamos uma oração", recorda.
De acordo com Sílvia, o filho de 10 anos só dizia: "O pai não está bem (...). Isto tem um efeito no pai".
Durante o seu depoimento, a mulher de Sérgio, Andreia Rosado, esteve também visivelmente emocionada. Lembrou a crise de acne que o cantor sofreu devido ao stress e frisou que os rendimentos já "não são os mesmos".
Além disso, recordou um episódio ocorrido num centro comercial. "Estava perto dos meus filhos e uma pessoa ao meu lado, a poucos metros, começou a verbalizar e a gozar com o Sérgio", contou.
Próxima sessão agendada para dia 30
A próxima sessão está marcada para as 9h30 de dia 30. Para esse dia, a advogada de Joana Marques, Luciana Rosa de Oliveira, pediu que as audiências ocorressem à porta fechada, mas o pedido foi negado pela juíza.
Na terça-feira, dia em que se iniciou o julgamento, Nelson e Sérgio Rosado já haviam falado dos prejuízos financeiros que tiveram como consequência da publicação de Joana Marques. A dupla pede uma indemnização de €1.118 milhões pelos danos morais e patrimoniais causados.
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