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Carneiro diz que revisão constitucional não é prioridade para os portugueses

O candidato à liderança do PS considera que os portugueses estão mais "preocupados com o quadro político e económico" do que com uma revisão da Constituição.

O candidato à liderança do PS José Luís Carneiro considerou hoje que a revisão constitucional "não é uma prioridade política" nem para o seu partido nem para os portugueses, que estão é "preocupados com o quadro político e económico internacional".

RODRIGO ANTUNES/LUSA

Durante uma visita ao laboratório colaborativo em transformação digital (DTX), no Campus de Azurém, da Universidade do Minho, em Guimarães, José Luís Carneiro apelou ao "sentido de responsabilidade" dos partidos da direita perante a realidade internacional e os compromissos assumidos pelo país no reforço do investimento na Defesa.

"Nós, Partido Socialista, queremos acompanhar os esforços do país para cumprir e honrar os seus compromissos internacionais. E temos também o dever de chamar a atenção dos que estão em funções de maioria de que a realidade internacional interpela-nos a todos para um grande sentido de responsabilidade", afirmou o candidato à liderança do PS.

José Luís Carneiro disse que "contas públicas em ordem" significa "a confiança dos investidores internacionais, que são essenciais para capitalizar a economia e as empresas" nacionais.

Quanto a uma eventual revisão constitucional, o até agora único candidato à liderança do PS reiterou que essa "não é uma prioridade política" nem para o partido nem para o país, acrescentando que "os portugueses estão preocupados com o quadro político e económico".

José Luís Carneiro alertou para as previsões na União Europeia, que apontam, para este ano, "uma perda de cerca de um terço do produto interno europeu, da riqueza europeia", enquanto para 2026 indicam uma "perda de crescimento da economia em cerca de metade".

"Isto não deixará de ter consequências na nossa economia e nas nossas vendas ao exterior, porque cerca de 75% das nossas vendas são para o espaço europeu", avisou o único candidato a secretário-geral do PS até ao momento.

A acrescentar a esta conjuntura, segundo José Luís Carneiro, está o compromisso assumido por Portugal na área da Defesa, que "significa um investimento adicional de cerca de mais de mil duzentos e oitenta milhões de euros".

"Temos de estar todos conscientes de que este quadro económico tem ainda um adicional de despesa pública que tem que ver com o facto de o Estado ter de acompanhar os esforços europeus e atlânticos, para reforçar o investimento em Defesa. Temos de cumprir já este ano 2% do investimento em Defesa", recordou o socialista.

Segundo José Luís Carneiro, para enfrentar este cenário internacional e cumprir os compromissos assumidos externamente, é essencial que a economia portuguesa cresça e crie riqueza.

"A economia portuguesa tem de continuar a crescer e a criar riqueza. E só é possível continuar a crescer e a criar riqueza se for capaz de levar um choque tecnológico, uma incorporação tecnológica de elevado valor acrescentado. Temos de garantir que a nossa economia se consegue diversificar e ser suportada no conhecimento, na criatividade, na inovação e no saber. É necessário que Portugal continue a fazer do investimento na ciência e no conhecimento, uma das suas principais prioridades", defendeu José Luís Carneiro.

Usando o laboratório colaborativo em transformação digital da Universidade do Minho como exemplo do bom trabalho que se faz no país a nível tecnológico, o candidato a secretário-geral do PS defendeu que o conhecimento que aí se produz, possa ser depois aplicado em várias áreas do Estado, nomeadamente na Defesa, na Segurança, nas Comunicações ou na Energia.

"Procurando promover o crescimento sustentável da economia baseado no conhecimento, na investigação e na inovação. E é importante que Portugal coloque como uma das suas principais prioridades de investimento público, o investimento na ciência, na investigação, no conhecimento e na transferência desse conhecimento para o tecido produtivo, empresarial e social", salientou José Luís Carneiro.

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