Mariana Mortágua disse que transmitiu duas preocupações ao chefe de Estado, uma delas relativa ao resultado das legislativas de domingo e das quais resultou "uma viragem à direita no país, com um crescimento muito preocupante da extrema-direita".
A coordenadora bloquista assegurou esta sexta-feira que o BE "será uma oposição determinante", já que nas legislativas houve uma "viragem à direita" e a "esquerda não tem uma maioria", e pediu ao Presidente da República que convoque eleições na Madeira.
Tiago Petinga/Lusa
No âmbito das audiências que o Presidente da República está a fazer aos partidos na sequência das eleições legislativas, Mariana Mortágua chegou ao Palácio de Belém às 17h em ponto, acompanhada pelos dirigentes Jorge Costa e Fabian Figueiredo, tendo estado reunida com Marcelo Rebelo de Sousa quase uma hora e meia.
Aos jornalistas, Mariana Mortágua disse que transmitiu duas preocupações ao chefe de Estado, a primeira das quais relativamente ao resultado das legislativas de domingo e das quais resultou "uma viragem à direita no país, com um crescimento muito preocupante da extrema-direita".
"O Bloco de Esquerda, e foi essa a decisão e a posição que manifestámos ao senhor Presidente da República, está empenhado em ser uma oposição determinante, uma oposição forte a este resultado da direita e a uma governação de direita", disse, lembrando que "a esquerda não tem uma maioria face aos resultados eleitorais".
Outra preocupação que a líder do BE levou a Marcelo foi sobre a situação na Madeira.
"Para garantir uma questão de coerência com decisões tomadas no passado é importante que o senhor Presidente da República convoque eleições na Madeira e quisemos também deixar essa nota, mantendo uma posição que já tínhamos tomado no passado e que continuaremos a defender", apelou.
De acordo com Mariana Mortágua, "o PSD/Madeira não tem condições para se manter no Governo, independentemente da liderança desse Governo".
"Há uma crise de regime, uma crise da governação do PSD na região autónoma da Madeira ao longo de décadas e a saída para uma crise política desta dimensão e com esta gravidade são eleições. defendemos isso na República, defendemos isso na Madeira em coerência e esperamos a mesma coerência por parte do senhor Presidente da República", defendeu.
A líder do BE referiu que, neste cenário de oposição à direita, os bloquistas deram os "primeiros passos" e pediram "reuniões aos restantes partidos da esquerda, ecologistas" para que se "coordenar passos, criar pontes, criar convergências na oposição e também garantir uma mobilização para uma manifestação histórica nos 50 anos do 25 de Abril".
"Não há datas. Estamos neste momento a acertar calendários entre as várias delegações partidárias. E sim, gostaríamos que fosse antes da instalação da Assembleia da República, respondeu aos jornalistas quando questionada sobre o calendário dessas reuniões, já aceites por PS, PCP, PAN e Livre.
Às perguntas sobre a posição de partidos como o Livre, que dois dias antes em Belém disse acreditar ainda numa governação à esquerda, se esta superar em votos e mandatos "a direita democrática", Mortágua reiterou que "não há uma maioria de esquerda no parlamento" que permita "criar uma solução governativa de estabilidade".
"Infelizmente, e infelizmente para o país, há uma viragem expressiva à direita. Esse resultado foi admitido pelo próprio secretário-geral do PS [Pedro Nuno Santos] quando, logo na noite das eleições, deixou conhecer que ficaria na oposição e que assumiria uma posição de oposição política. Esta análise dos resultados desta eleição é muito clara, apesar da contagem de votos que ainda é preciso fazer na emigração", defendeu.
Nas eleições de domingo, o BE falhou o objetivo de afastar a direita e recuperar deputados por Aveiro, Braga, Santarém ou Faro, apesar de ter subido a votação em cerca de 30 mil votos e mantido os mesmos cinco mandatos, fixando-se como quinta força política.
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