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"Tentar abrir o sentido de Portugalidade é uma mensagem importante em tempos de crescimento da xenofobia e do racismo", afirmou Joana Mortágua.
A dirigente do Bloco de Esquerda (BE) Joana Mortágua destacou hoje "a ideia de uma Portugalidade aberta" no discurso do Presidente da República no Dia de Portugal, que relacionou com o da escritora Lídia Jorge.
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"Tentar abrir o sentido de Portugalidade é uma mensagem importante em tempos de crescimento da xenofobia, do racismo e dos conflitos construídos aparentemente em torno das identidades", afirmou.
Joana Mortágua falava à agência Lusa a propósito do discurso do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia militar comemorativa do 10 de Junho, realizada em Lagos, no distrito de Faro.
Assinalando que a intervenção do Presidente foi "bastante curta e parte dela muito conectada com a de Lídia Jorge", a dirigente do BE lembrou que Marcelo disse que "não há nenhum português que possa dizer que é mais puro do que outro".
"É a ideia de uma Portugalidade aberta, de que a identidade fechada não faz sentido historicamente", salientou, considerando que "querer definir o que é ser português a partir de determinadas características fechadas é uma mentira histórica".
Joana Mortágua salientou também a parte do discurso em que o chefe de Estado defende melhores cuidados sobretudo para os pobres, reconhecendo que "há noção" de que em Portugal se vive "também tempos de profunda desigualdade económica".
"A centralidade dos problemas das pessoas comuns continua a estar na desigualdade económica, na crise da habitação, na pobreza, na necessidade de cuidarmos uns dos outros, de mantermos uma comunidade que se constrói a partir dessa solidariedade e não a partir de uma falsa ideia de identidade", sublinhou.
Sobre a intervenção de Lídia Jorge, conselheira de Estado que falava enquanto presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do 10 de Junho em Lagos, a dirigente bloquista defendeu que "é um discurso que merece ser estudado".
"É não só uma crítica à ignorância, mas uma crítica ao elogio da ignorância que parece fazer parte dos nossos tempos e uma capacidade extraordinária de falar da história de Portugal a partir de Camões, mas sem o fazer de um lugar purista, cristalizado, ossificado", vincou.
Para Joana Mortágua, a presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do 10 de Junho em Lagos foi "capaz de fazer o elogio do povo que lutou pela liberdade e contra a opressão e que cedeu à diversidade".
"É um discurso que demonstra um enorme amor a Portugal e à História de Portugal, não a partir de sentimentos e de atitudes de exclusão e ódio, mas a partir, precisamente, do contrário, de sentimentos de liberdade, da possibilidade de repensar a história", realçou.
A dirigente do Bloco destacou também a "menção à escravatura" no discurso de Lídia Jorge, notando que essa alusão "ainda é rara ser feita quando se aborda a história de Portugal".
"Mas é importante e faz parte da nossa história termos lançado essa tragédia, sendo parcialmente responsáveis por essa tragédia humanitária", acrescentou.
BE destaca "ideia de Portugalidade aberta" no discurso de Marcelo
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