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Bastonário defende atividade médica como profissão de risco e desgaste rápido

05 de fevereiro de 2020 às 22:16
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Miguel Guimarães definiu como essencial tornar a atividade médica como uma "profissão de risco e desgaste rápido" e pediu ao Governo para criar condições para manter os profissionais no SNS.

O bastonário da Ordem dos Médicos definiu hoje como essencial tornar a atividade médica como uma "profissão de risco e desgaste rápido" e pediu ao Governo para criar condições para manter os profissionais no SNS.

Na cerimónia de tomada de posse como bastonário no seu segundo mandato, Miguel Guimarães considerou "cada vez mais premente salvaguardar a integridade física e mental dos profissionais", recordando que trabalham sob elevados níveis de stress e ansiedade.

Dirigindo-se à ministra da Saúde, o bastonário indicou como um dos principais desafios do Governo a criação de condições de trabalho para "manter os melhores valores" no SNS, dando-lhes um projeto de trabalho, respeitando-os e valorizando as suas competências.

Miguel Guimarães pediu ainda que se encontrem soluções eficazes para que os doentes "não desesperem nas listas de espera" para consultas ou cirurgias.

O bastonário, reeleito em janeiro, considerou que "não se defende a marca SNS ocultando o que está mal, promovendo um clima de medo para silenciar as pessoas", nem tentando responsabilizar os profissionais pelas insuficiências.

"Não aceitamos permanecer em silêncio quando estão em causa os nossos doentes, a nossa dignidade profissional e até a nossa integridade física, como recentemente se percebeu com a lamentável sucessão de agressões", afirmou no seu discurso durante a cerimónia de tomada de posse, que decorreu em Lisboa.

Momentos antes, a ministra da Saúde, Marta Temido, tinha também feito referência à violência contra os profissionais de saúde, apelando a um trabalho em conjunto com a Ordem para erradicar os casos de violência.

Durante o seu discurso, o bastonário dos Médicos criticou ainda a opção dos políticos e da Assembleia da República de incluir na Lei de Bases da Saúde as terapêuticas não convencionais, assumindo-se envergonhado com essa decisão.

"Não posso deixar de recordar e condenar a consagração das terapêuticas sem evidência científica na nova Lei de Bases, ao mesmo tempo que o ato médico era eliminado (...). Preferiram a valorização da pseudociência em detrimento da verdadeira ciência suportada pelo método científico", lamentou, numa afirmação que mereceu um aplauso da plateia que assistiu à tomada de posse.

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