"Há uma evolução muito positiva da barragem. A tempestade Ana foi nossa amiga e fez com que o Rio Coja e o Rio Dão voltassem outra vez a ter corrente", contou o autarca, acrescentando que os dois rios estão com "caudais muito significativos, de cerca de seis mil metros cúbicos por hora".
Hoje de manhã, a Barragem de Fagilde - que abastece os concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo -- estava com 283 mil metros cúbicos de água e "a expectativa é a de que possa chegar ao fim do dia com cerca de meio milhão de metros cúbicos".
Segundo o autarca, trata-se de "uma boa recuperação face aos 170 mil metros cúbicos que tinha antes da chuva".
"Entre os caudais e os consumos normais, podemos ter um armazenamento de água para um mês/mês e meio. Como há chuva prevista para os próximos dias, poderemos ter, com a água bem doseada e com consumo moderado, os próximos dois meses mais ou menos assegurados", estimou Almeida Henriques.
No entanto, o autarca considerou que não há motivos para tranquilidade, porque, mesmo que a barragem chegue ao meio milhão de metros cúbicos, "nesta altura do ano já devia estar a caminhar para os dois milhões e meio/três milhões de metros cúbicos".
"Teremos um sexto do percurso feito, mas já é positivo. É muito melhor já ter esta água na barragem do que continuarmos numa situação de seca extrema como estávamos há três/quatro dias", frisou.
A autarquia decidiu reduzir já hoje para dez o número de camiões-cisterna que estavam transportar água para abastecer o concelho.
"Quando temos um caudal superior às necessidades da nossa Estação de Tratamento de Águas, não faz sentido estarmos a fazer esse investimento", justificou.
Se chover nos próximos dias, a autarquia poderá mesmo suspender esta operação de transporte de água: "Não é terminar, é suspender, deixando tudo em 'stand by' para a necessidade de podermos reactivar a operação".
O autarca mantém o apelo à população para que "continue a consumir moderadamente água, porque ela é um bem escasso", como ficou provado no verão.
Almeida Henriques reiterou a necessidade de se tomarem medidas estruturais que evitem situações como a vivida este ano e disse ter pedido na segunda-feira ao secretário de Estado do Ambiente o ressarcimento do dinheiro gasto com esta operação de transporte de água.
"Abordei os 600 mil euros que a Câmara já gastou, dos quais foi ressarcida em 175 mil. Entendemos que, sendo esta uma situação de calamidade, de emergência, deveremos ser ressarcidos pelo Estado central de toda a despesa em que incorremos para poder levar água às populações", afirmou.