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Alarme de fumo não disparou com incêndio no lar da Misericórdia de Mirandela

O incêndio terá sido provocado por um curto-circuito num colchão antiescaras.

O alarme de fumo do lar da Misericórdia de Mirandela não disparou quando deflagrou o incêndio que hoje fez seis mortos, disse o provedor da instituição, indicando que as funcionárias de serviço tinham feito uma ronda 10 minutos antes.

Incêndio em lar de Mirandela faz seis mortos
Incêndio em lar de Mirandela faz seis mortos

Adérito Gomes confirmou à agência Lusa que o alarme não soou com base na informação transmitida pelas funcionárias, e garantiu que os extintores do local estavam a funcionar e foram carregados nos prazos previstos e obrigatórios.

Paulo Pereira, testemunha do incêndio, vive a cerca de 50 metros do lar. Quando ouviu os cães ladrar, saiu de casa e apercebeu-se do que estava a acontecer, relatando não ter ouvido qualquer alarme - apenas viu “as senhoras a gritar” e o “fumo muito negro”.

Tentou ajudar e ainda tirou “três pessoas” das instalações, no distrito de Bragança.

À Lusa, contou ainda que tentou apagar o fogo com os extintores do lar, mas, dos três em que pegou, “apenas um funcionou”.

“Os bombeiros vieram no minuto certo, senão a tragédia ainda seria maior”, afirmou o morador. 

O incêndio terá sido provocado por um curto-circuito num colchão antiescaras. O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela adiantou que, pelas câmaras de vigilância do lar, que já foram analisadas, foi possível perceber que as colaboradoras fizeram a ronda 10 minutos antes de começar a “sair fumo por baixo da porta do quarto” onde estavam três utentes que acabaram por morrer.

Num período de “20 segundos”, segundo Adérito Gomes, o corredor ficou completamente cheio de fumo e foi aí que as funcionárias pediram ajuda.

No total morreram seis idosos, três carbonizados e outros três por inalação de fumo. Os corpos já foram retirados do lar. Quatro foram para o Instituto de Medicina Legal de Mirandela e dois para o Instituto Medicina Legal de Bragança.

Houve ainda 25 feridos, cinco em estado grave, transportados para os hospitais de Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança.

A Polícia Judiciária está a investigar o caso e ainda se encontra nas instalações. 

Devido à gravidade da situação, o município de Mirandela decretou três dias de luto.

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