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A pandemia engoliu a política: as medidas “duríssimas” de António Costa

Maria Henrique Espada
Maria Henrique Espada 08 de novembro de 2020 às 10:00

O primeiro-ministro não poupou nas palavras para definir as medidas que anunciou: são “duras”, “péssimas”, “dolorosas” e “fortemente restritivas da liberdade das pessoas”. São tudo isso e talvez não cheguem: se não resultarem podem ser necessárias medidas mais drásticas

A 10 de outubro, tinha o país 1646 novos casos de Covid-19, António Costa garantiu que não voltaria a haver um confinamento geral. A 16 de outubro, em entrevista ao Público, disse já outra coisa: "Não posso excluir que a realidade imponha um novo confinamento." Este sábado, sem novo confinamento geral, António Costa anunciou o que notoriamente não desejava ter de anunciar, um semi-confinamento para (até ver) 121 concelhos, mais duro ao fim de semana. E nem fingiu que será leve, nomeadamente pelo efeito na restauração e no comércio: "É uma medida duríssima para estes setores." A restrição de circulação, como preferiu chamar ao recolher obrigatório que aos fins de semana só permite sair de manhã, é "uma medida fortemente restritiva da liberdade das pessoas". E por muito que custe, e António Costa admitiu que custa, poderia ser (pode ser?) pior – quer "encontrar as medidas, que sendo muito dolorosas não são as mais drásticas que podemos tomar".

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