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A Droga e o juiz chateado

António José Vilela
António José Vilela 11 de setembro de 2016 às 08:00

A PJ apreendeu 472 quilos de cocaína e queria um julgamento à revelia para o líder do grupo. Magistrado não gostou da ideia

A operação foi planeada como já é habitual pela Polícia Judiciária (PJ): o descarregamento da droga no Porto de Lisboa foi vigiado e os alegados traficantes seguidos e escutados ao telefone. E a apreensão dos 472 quilos de cocaína só se verificou quando também foi possível prender a maior parte dos suspeitos portugueses e brasileiros. Para a Judiciária e o Ministério Público (MP), em Julho de 2015, acabou desfeita mais uma associação criminosa de traficantes e até o alegado chefe do grupo, que não foi detido, devia ser julgado à revelia. Há dois meses, o juiz Ivo Rosa, um dos dois magistrados judiciais colocados no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), decidiu que a história estava mal contada e criticou de forma violenta o MP por aceitar a versão da PJ.

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