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40% dos postos de combustível no País já inativos ou em rutura de 'stock'

Zonas mais afetadas são os grandes centros urbanos e no sul do país, em especial no Algarve. Greve não tem fim à vista.

A Associação Nacional de Revendedores de Combustível (ANAREC) estimou hoje que cerca de 40% dos postos da rede nacional estejam neste momentoinativos ou em situação de pré-rutura de 'stock',com tendência para aumentar nas próximas horas.

Saiba onde ainda pode abastecer o carro

Os dados recolhidos pela plataforma Voluntários Digitais em Situações de Emergência ( VOST Portugal) demonstram que já são cerca de 150 postos que estão sem combustível, em virtude da greve dos motoristas de matérias perigosas.

"O número que nós temos neste momento é que entre postos que já estão inativos, ou seja, que já não disponibilizam combustível aos seus clientes e também em pré-rutura, a ficar em rutura de 'stock', estimamos que seja cerca de 40%, mas com tendência a aumentar a cada hora que passa e transversal a todo o país", disse o presidente da ANAREC, Francisco Albuquerque.

"Confirmamos que a situação do final do dia de ontem se agravou muito devido ao elevado número de viaturas em abastecimento. É já um número muito significativo de postos, na ordem das centenas, que estão sem combustível e outros muito próximo do ponto de rutura do 'stock', com especial incidência nos grandes centros urbanos e no sul do país, em especial no Algarve", disse.

Combustíveis: Sindicatos admitem prolongar protesto

Portugal vive uma crise energética devido a uma greve em que os sindicatos não se entendem. De um lado, encontra-se a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias ( ANTRAM), sindicato organizado com décadas de existência e de diálogo com o Governo.

O responsável está também preocupado com a situação do canal de revenda de gás engarrafado propano e butano, havendo já registo das "primeiras ruturas", com tendência igualmente para agravar, uma vez que se trata "de um bem de primeira necessidade".

Para Francisco Albuquerque a situação é "insustentável" pelo que as partes "envolvidas devem sentar-se à mesa a negociar".

"Perante este cenário e perante o facto de evidentes problemas graves que esta paralisação poderá vir a trazer será muito importante as partes envolvidas sentarem-se à mesa e fazerem um esforço real para resolver a situação. Este impasse é insustentável e não é apenas com os serviços mínimos ou com a requisição civil que podemos resolver esta situação", disse.

Combustíveis: Costa pondera alargar serviços mínimos

"O abastecimento dos aeroportos está assegurado, assim como os serviços mínimos que são necessários", comentou António Costa no Parlamento, no qual o tema principal está a ser a sustentabilidade do sistema público de Segurança Social, escolhido pelo Governo.

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas "praticamente" com a rede esgotada.

O primeiro-ministroadmitiu alargar os serviços mínimose adiantou que o abastecimento de combustível está "inteiramente assegurado" para aeroportos, forças de segurança e emergência.

Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder "aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço".

No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a "situação de alerta" devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, foram definidos os serviços mínimos.

A greve dos motoristas de matérias perigosas decorre por tempo indeterminado.

Militares da GNR estão de prevençãoem vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.

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