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2004 na política: um ano de loucuras que deixou marcas

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 06 de maio de 2025 às 23:00

Durão foi para Bruxelas, o único governo com um primeiro-ministro que não passou por eleições durou cinco meses e o Presidente Sampaio tomou duas decisões polémicas. Pelo meio, e já alvo de uma investigação judicial iniciada nesse ano, subiu quem marcaria o futuro: José Sócrates.

Foi na sede de campanha do PSD nas europeias de 2004, em Lisboa, que Pedro Santana Lopes soube que o nome de Durão Barroso corria entre os primeiros-ministros europeus como uma hipótese forte para  liderar a Comissão Europeia - quem lhe contou foi o próprio Barroso, que o sondou logo ali sobre se estaria disposto a ser primeiro-ministro e presidente do PSD. Santana era o autarca de Lisboa e, conta no seu livro de memórias sobre o peculiar ano  2004, respondeu com um "Vamos ver… nem quero pensar nisso". "Mas vai pensando", ouviu de volta. Treze dias depois, Barroso anunciou a demissão do cargo de primeiro-ministro. Começou aí um período de turbulência que levou, pela primeira e única vez na democracia portuguesa, a que houvesse um novo primeiro-ministro sem ter passado pela legitimação do voto - e que, no seu desfecho polémico, deixou marcas perenes na política portuguesa. 

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