Secções
Entrar

Tetraplégico em protesto na AR vai reunir-se 3.ª feira com o Governo

03 de dezembro de 2018 às 12:45

Eduardo Jorge diz que desmobilizou "graças ao Presidente da República". "O Presidente apareceu e disse que estava ali para me ouvir", afirmou.

O tetraplégico que esteve em protesto no fim de semana à porta do parlamentosuspendeu a iniciativa no domingo à noite e vai reunir-se na terça-feira com oGovernopara tentar encontrar uma solução para o problema.

Em declarações à agência Lusa, Eduardo Jorge explicou que foi visitado ao final do dia de domingo pelo Presidente da República (PR),Marcelo Rebelo de Sousa, e pela secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, a quem explicou os motivos do protesto e pediu alterações na legislação para que os problemas detectados fossem resolvidos.

"O Presidente apareceu e disse que estava ali para me ouvir e eu expliquei que tinha também convidado a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência (...). Entretanto, ela chegou, dirigiram-se a mim e eu expliquei aquilo que eram as minhas maiores preocupações, que é a demora da implementação deste projecto de vida independente e o facto de não haver a transição que sempre propusemos para que nós, pessoas institucionalizadas, pudéssemos da melhor maneira optar pela vida independente", explicou à Lusa Eduardo Jorge.

Eduardo Jorge diz que desmobilizou "graças ao PR", que, com a secretária de Estado presente, disse que era preciso "conversar e [ver] se não se poderia alterar o decreto-lei ou fazer uma adenda". "Aí, então, marcou-se esta reunião", sublinhou.

Apontou ainda a dificuldade que têm as pessoas na sua condição, que estão em lares/ERPI (Estrutura Residencial para Idosos), em poder optar por continuar lá, mas, ao contrario do que a lei define, não terem assistência 24 horas/dia no exterior.

"Se eu à noite sair do trabalho, ou da instituição, em posso querer ir para minha casa, ou até, por exemplo, durante um período de férias, mas o lar não nos dá esse apoio fora", explicou, apontando igualmente as verbas disponibilizadas para este tipo de apoios.

"Estou inscrito num Centro de Apoio à Vida Independente [CAVI] no distrito de Santarém e a grande preocupação é: se houve 1,4 milhões para cada CAVI, uma vez que eles têm outras valências - lares, apoio domiciliário, centros de apoio ocupacional - e têm vários utentes, vão querer disponibilizar a resposta ao maior número possível de utentes (...) e as verbas não vão chegar", afirmou.

Para Eduardo Jorge, todos os que estão em condições idênticas à sua, que por lei teriam direito a até 24h/dia de apoio, não o vão poder ter porque as verbas serão insuficientes.

"Conheço pelo menos quatro CAVI na minha zona que se candidataram a apoio 24h/dia e o dinheiro não vai chegar e, claro, vão ter de optar por um ou dois", lamentou.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela