Secções
Entrar

"Sabia que os paióis de Tancos não têm ramos de rosas nem chupa chupas"

03 de novembro de 2020 às 18:00

O arguido João Paulino foi ouvido em tribunal e descreveu como ele e dois arguidos assaltaram dois paióis de Tancos.

O arguido João Paulino contou hoje em tribunal, com muitos pormenores, a forma como ele e mais dois arguidos assaltaram dois paióis de Tancos, a 28 de junho de 2017, referindo desconhecer que material de guerra continham.

Na segunda sessão de julgamento que decorre em Santarém, o ex-fuzileiro relatou de uma forma cronológica, inclusivamente que foi numa noite de difícil visibilidade, como o assalto foi preparado e executado e no qual participaram os arguidos João Pais e Hugo Santos, tendo ilibado a participação do outro arguido - Valter Santos -, que chegou a confessar o crime no primeiro interrogatório.

Questionado sobre porque foram assaltados aqueles dois paióis {14 e 15], João Paulino afirmou:"foi por acaso, fomos para o lado esquerda e eram os que estavam mais junto à rede. Não sabia que material continham, mas eu fui militar e sabia que os paióis não têm ramos de rosas nem chupas chupas".

O assalto, segundo Paulino, foi cometido na noite de 27 para 28 de junho de 2017 por ele próprio e pelos arguidos Hugo Santos e João Pais, após ter sido feito um primeiro reconhecimento aos paióis por parte dos arguidos Fernando Santos, António Laranginha e Gabriel Moreira, que desistiram de participar no furto.

João Paulino confessou que foi ele que cortou a rede, que João Pais tinha o dispositivo para arrombar fechaduras que Paulo Lemos lhe tinha sugerido e que Hugo Santos ficava a fazer vigilância.

O processo de Tancos tem 23 acusados, incluindo o ex-ministro da Defesa, o diretor nacional da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira, o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão que respondem por um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo político no seguimento do processo, e os dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela