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Máquina que abriu túneis em Lisboa vai ficar soterrada: "É um equipamento muito grande"

Sofia Parissi 27 de dezembro de 2025 às 08:00

A solução foi apresentada como a mais viável do ponto de vista económico. Câmara vai pagar quase dois milhões para 'enterrar' a tuneladora.

A máquina tuneladora usada no Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) já não vai ser retirada do subsolo, como estava previsto inicialmente. O consórcio responsável pela obra, constituído pela MEEC/SPIE (Mota-Engil e Spie Batignolles Internacional), apresentou uma alternativa, que passa pela contenção da máquina no subsolo, avançou o . A Câmara vai pagar cerca de 2 milhões de euros para a máquina ficar 'enterrada'.  
Cerimónia marca avanço no túnel do Plano Geral de Drenagem de Lisboa Bruno Colaço/Jornal de Negócios
Quais as vantagens e o que justifica esta escolha? Ricardo Teixeira Oliveira, engenheiro civil, explica à SÁBADO que, embora existam exceções, estes equipamentos "costumam ser fabricados para ser usados especificamente numa obra", ou seja, "é preciso construir um fosso de grandes dimensões para que a tuneladora possa entrar. Em termos de diâmetro, a máquina é mais ou menos equivalente ao diâmetro do túnel que está a fazer". A tuneladora em questão possui 130 metros de comprimento, 6,4 metros de diâmetro externo e uma cabeça de corte de 70 toneladas. Além disso, o especialista relembra que para concluir a obra não é obrigatório que a máquina seja retirada. "Para construir o túnel não existe outra opção se não entrar no solo, mas para o concluir não é necessário que a máquina seja retirada. Cá fora, pode até ser desmantelada, mas é um equipamento muito grande, e do ponto de vista ambiental até pode ser mais viável deixá-la no subsolo". A solução foi aprovada na reunião da Câmara de Lisboa a 10 de dezembro e apresentada como sendo a mais viável. Por outro lado, Ricardo Teixeira Oliveira refere que também existem situações em que a retirada traz vantagens. E dá o exemplo: "Na Madeira acontecia muito os túneis serem do mesmo diâmetro. Aí podiam ser retiradas e usadas noutros trabalhos. Provavelmente isso não se verifica no caso de Lisboa". 

O segundo túnel deverá ficará concluído em 2026

O PGDL terá um investimento total de cerca de 250 milhões de euros e servirá para reaproveitar água e proteger a capital das cheias e inundações. A escavação do primeiro túnel, entre Campolide e Santa Apolónia, teve início em 2023 e ficou concluída em julho deste ano. Citado pelo site oficial da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas relembrou a importância deste projeto para o futuro. “[Vai] proteger a cidade de cheias, inundações cada vez mais frequentes”, mas vai também “permitir reaproveitar a água para regar jardins, lavar ruas, e combater incêndios”. O segundo túnel, que vai ligar Chelas ao Beato, deverá ficar concluído em abril de 2026.
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