"Já vem tarde", diz dirigente do CDS sobre demissão na Guarda
João Merino, da Comissão Política Nacional do CDS, não poupa críticas ao líder demissionário da distrital da Guarda, que sai por não haver acordo na Mêda com o PSD. "Se não é incompetência é má-fé", reage à SÁBADO.
Henrique Monteiro apresentou a demissão da distrital da Guarda depois de esta quinta-feira ter ficado claro que o CDS não tinha chegado a um entendimento com o PSD para uma coligação na Mêda, um dos concelhos do país onde os centristas têm melhores resultados. Mas na direção nacional do partido entende-se que Monteiro tem a sua quota de responsabilidade neste desfecho.
"Henrique Monteiro disse que não negociava com o PSD. Agora demite-se por não haver acordo com o PSD na Mêda", nota João Merino, da Comissão Política Nacional do CDS, que defende que "a nacional interveio [nas negociações com os sociais-democratas na Mêda] para ajudar a resolver um problema".
Para Merino, "não se chegou a acordo porque o CDS tem um peso superior na Mêda e o PSD não quis ceder o cabeça de lista", mas "a direção nacional defendeu o CDS em toda a linha".
"Henrique Monteiro é que se demitiu de fazer o seu trabalho", ataca o também líder da distrital de Setúbal do CDS, que diz que a forma como a distrital da Guarda se tem comportado em todo o processo "se não é incompetência é má-fé" de Monteiro, que Merino acha que tem "acusado a direção em coisas que são funções e competências dele".
"A demissão já vem é tarde. Henrique Monteiro demonstrou desde o início do mandato desta nova direção que tem estado sempre contra".
Em comunicado, Henrique Monteiro explica a demissão com a "profunda frustração" sentida na distrital da Guarda pelo "anúncio do fracasso das negociações em torno da coligação com o PSD no concelho da Mêda, negociações essas que foram conduzidas pela direção nacional do partido, deixando à margem a estrutura distrital legitimamente eleita e em plenitude de funções".
"Este fracasso apenas é justificável à luz de uma evidente inabilidade negocial por parte da direção nacional do CDS-PP e vem pôr em causa o património eleitoral do partido", acusa o agora demissionário líder da distrital da Guarda.
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