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Inspetora da Administração Interna defende atualização da formação dada aos polícias

08 de maio de 2019 às 10:22

"Aquilo que existe é bom, mas é preciso mais", disse Margarida Blasco. Deixará a IGAI para integrar o Supremo Tribunal de Justiça como juíza conselheira.

A inspetora-geral daAdministração Interna,Margarida Blasco, defendeu hoje uma atualização da formação ministrada aos polícias, sobretudo na área dosdireitos humanos, que é o que falta mudar.

"A formação ministrada aos polícias tem de ser atualizada. Mas isto não é uma crítica àquilo que existe, porque aquilo que existe é bom, mas é preciso mais", disse Margarida Blasco, salientando que se deve à preparação das forças e serviços de segurança a diminuição da criminalidade grave.

Em entrevista à agência Lusa, a inspetora-geral considerou que as polícias "têm uma boa formação", mas tem de ser melhorada, sobretudo na área dos direitos humanos.

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Em maio, abriu o concurso externo para admitir 100 candidatos a inspetores estagiários na Polícia Judiciária (PJ). Para ficar com uma das 100 vagas, é necessário preencher vários requisitos, como ter uma licenciatura em determinadas áreas, ser avaliado numa prova escrita e em testes físicos, e sujeitar-se a um exame médico, um exame psicológico e uma entrevista profissional de seleção.



Margarida Blasco, que está na Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) desde fevereiro de 2012, deixa hoje o cargo de "polícia das polícias" depois de ter sido nomeada juíza conselheira do Supremo Tribunal de Justiça, onde toma posse na quinta-feira.

Ao longo do seu mandato, a magistrada destacou sempre a necessidade de dar uma atenção especial à formação dos polícias, estando, para tal, a ser desenvolvido na Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) um "manual de boas práticas", que deverá ser lançado este ano para ser distribuído junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, PSP e GNR.

Margarida Blasco afirmou que a IGAI recolheu contributos das forças e serviços de segurança para o manual, que pretende ser um "instrumento de apoio à decisão".

"Não vamos definir o que se vai fazer em termos teóricos. Vamos pôr casos eventualmente concretos. Vamos criar várias situações e dar várias hipóteses de utilização como é que os polícias podem atuar", explicou.

O objetivo, acrescentou, é que seja um manual para os polícias consultarem e tirarem dúvidas.

"Os elementos das forças têm de sair das escolas com o mesmo treino com que saem sobre a utilização da arma de fogo, também têm de sair com um treino jurídico no sentido de saber como atuar em situações de crises", precisou a inspetora-geral da Administração Interna.

Além da formação ministrada inicialmente, defendeu ainda que os elementos das forças e serviços de segurança têm também de receber "formação permanente".

Quando questionada sobre o que falta mudar no comportamento das polícias, Margarida Blasco respondeu que é a formação.

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