Funcionários da justiça reúnem-se em plenário para decidirem acções de luta
Centenas de funcionários judiciais de todo o país são esperados esta quinta-feira no Terreiro do Paço, em Lisboa, para discutir reivindicações como o estatuto profissional e tabela remuneratória.
Centenas de funcionários judiciais, de todo o país, são esperados na quinta-feira no Terreiro do Paço, Lisboa, para participarem num plenário nacional que vai discutir acções de luta em prol de reivindicações como o estatuto profissional e tabela remuneratória.
Em causa estão matérias relacionadas com o ingresso na carreira, promoções, estatuto socioprofissional, revisão da tabela remuneratória e regime de aposentação, indica uma nota do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) sobre a realização do Plenário Nacional no Terreiro do Paço, junto ao Ministério da Justiça.
Os funcionários judiciais exigem também a recomposição das carreiras com a contagem dos nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelado.
Em declarações à agência Lusa, Fernando Jorge Fernandes, presidente do SFJ, referiu que esta concentração pretende ser um "aviso" e um sinal de "protesto" ao Ministério da Justiça, depois de as negociações terem sido interrompidas a 30 de Maio.
Fernando Jorge revelou que chegou a estar marcada uma reunião negocial com o Ministério da Justiça para 14 de Setembro, mas que na véspera foi comunicado ao sindicato que a mesma tinha sido desmarcada.
O dirigente sindical admitiu que o atraso na aprovação do estatuto socioprofissional e tabela remuneratória possa estar relacionado com bloqueios no Ministério das Finanças, mas realçou que é altura de os funcionários judiciais manifestarem a sua "revolta" e "indignação" pela forma como tem sido tratados pelo Governo.
Face a esta situação, o SFJ adiantava que vai "dar continuidade e intensificar" as várias formas de protesto da classe, designadamente, enquanto não for retomada a negociação do Estatuto dos Oficiais de Justiça - que está parada desde maio - e face ao incumprimento dos compromissos do Governo".
Fernando Jorge admitiu à agência Lusa que as acções de luta a propor poderão, no limite, resultar na marcação de greves no sector.
O presidente do SFJ disse aguardar uma grande participação da classe neste plenário nacional, observando que só do norte do país são aguardadas 20 autocarros, fretados para transportar os associados.
O SFJ exige que sejam retomadas as negociações com vista a aprovar um estatuto profissional que reconheça a efectiva dignidade da classe.
O atraso na aprovação do Estatuto dos Funcionários Judiciais surge numa altura em que os estatutos dos magistrados judiciais e do Ministério Público estão numa fase mais avançada, tendo sido já enviados para a Assembleia da República.
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