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Carlos Moedas: "Concorrer foi uma decisão de vida, emocional e racional"

Ana Bela Ferreira 04 de março de 2021 às 18:24

O candidato à Câmara de Lisboa, apoiado pelo PSD e CDS, apresentou as razões para a sua candidatura. Garante que está na corrida à maior câmara do País para "construir" tempos novos e quer congregar independentes e pessoas desencantadas da política.

"É com grande sentido de responsabilidade que encaro este desafio. Estou aqui pelos lisboetas, pelas pessoas, para com elas mudar Lisboa", referiu Carlos Moedas na apresentação das razões e objetivos da sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa. O candidato fez esta declaração pública a partir do Instituto Superior Técnico (IST).

MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O ex-comissário europeu admitiu que foi "uma decisão difícil". Apesar de ser de Beja, foi na capital que estudou e passou a viver. "Quando cheguei para estudar percebi que era a cidade da minha vida". "Foi uma decisão de vida, emocional e racional, porque às vezes é mais fácil ficarmos no conforto, mas este não era o momento de dizer não. Era o momento de dizer sim, à minha cidade."

O slogan da campanha está escolhido: "Novos tempos" e foi apresentado num vídeo que passou, antes de começar o direto nas redes sociais. O vídeo vai mostrando como a capital se virou para o turismo e se deixou deslumbrar sem olhar para os lisboetas.

Por isso, no seu discurso disse: "Não tenham dúvidas: estamos mesmo nuns novos tempos." Lembrando que quem está na autarquia "há 14 anos talvez não tenha percebido, mas a mudança está aí". "Chegou o tempo da reconstrução", que se iniciará passada a pandemia.

Para o candidato do PSD e do CDS à Câmara de Lisboa, a cidade deixou de estar ligada às pessoas. "Lisboa posicionou-se no circuitos das feiras internacionais e do turismo, muito bem. Mas não chega, é preciso isso, mas não chega. Focar-nos em construir e criar emprego sustentável."

Carlos Moedas admite que sentiu "um choque" quando regressou a Lisboa depois de cinco anos em Bruxelas. "Tantas famílias que vinham falar comigo por dificuldade em ter médico de família, o aumento dos sem-abrigo, o trânsito, que antes da pandemia, era insuportável." Aspetos que o candidato autárquico considera serem "pequenas coisas", mas são essas que "contam numa cidade".

O Técnico foi o primeiro local de contacto de Carlos Moedas, natural de Beja, com a capital, para onde veio aos 18 anos estudar Engenharia Civil naquela instituição.

Carlos Moedas foi apresentado há uma semana por Rui Rio como o candidato à autarquia da capital nas eleições previstas para outubro. Mas esta quinta-feira foi a primeira vez que falou sobre a candidatura, para apelar a todos, especialmente "os desencantados da política" e a sociedade civil para a sua candidatura. Apresentando-se como "um não socialista, moderado e progressista", agradeceu ao PSD todo o apoio que lhe foi dado desde a primeira hora e depois ao CDS. O Aliança e o PPM e o MPT que são também apoiantes do candidato, também receberam uma palavra de agradecimento. A Iniciativa Liberal também tem estado em conversação com o candidato.

Apesar da grande lista de partidos associados, Carlos Moedas quer manter-se como uma candidatura agregadora para lá dos partidos. Admitiu também que se não vencer as eleições assumirá o seu lugar como vereador.

Na sua declaração em que mostra as razões de concorrer às autárquicas, Carlos Moedas insiste nos novos tempos e na construção de uma cidade a pensar nas pessoas, na cultura como "centro" da cidade, respondendo aos desafios das alterações climáticas. "As cidades são maiores muitas vezes que as nações, são elas que desafiam o próprio poder central. É aí que quero colocar Lisboa: do Tejo para o mundo, que seja global, mas também capaz de resolver os problemas das pessoas".

No momento aberto às questões deixou a garantia de que está de regresso à vida política "para ser candidato à câmara de Lisboa", recusando qualquer ambição de ser candidato a líder do PSD. Mais do que uma vez, Moedas foi questionado sobre as suas ambições. "O Rui Rio é o líder do meu partido e estarei sempre aqui para ajudar o meu partido e o seu líder."

Quanto às coligações partidárias, Carlos Moedas garante querer "congregar" e mais do que partidos quer receber o apoio de pessoas e movimentos de cidadãos.

O ex-administrador da Gulbenkian foi ainda confrontado com declarações feitas durante os anos da troika sobre professores e polícias e os "seus privilégios". Moedas respondeu: "Todas essas funções do estado devem ser valorizadas", disse, defendendo que nos anos da troika o País "atravessava uma grave crise" e que todas as declarações feitas nesses anos não podem ser tiradas desse contexto.

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