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As condições do PCP e BE para manter a geringonça

08 de outubro de 2019 às 19:04

Bloquistas e comunistas demonstraram abertura para negociar com o PS após estarem reunidos com Marcelo.

OPCPe o Bloco de Esquerdajá foram ouvidos porMarcelo Rebelo de Sousae amanhã, seguem-se as conversações comAntónio Costa

Depois de reunir com o Presidente da República, ambos os partidos demonstraram apoio a António Costa. Tanto o PCP como o Bloco de Esquerda demonstraram abertura para dar continuidade à geringonça. 

O PCP avisou que "o Governo PS pode provocar instabilidade se não resolver problemas adiados". Jerónimo de Sousa também frisou que não existe acordo escrito nem "qualquer papel" entre o PS e o PCP. Para o PCP é "claro e óbvio" que dos resultados das eleições resulta a indigitação do secretário-geral do PS, António Costa, como primeiro-ministro, e "não há necessidade de outro posicionamento ou de qualquer papel, não tem sentido, tendo em conta esta realidade e esta posição do próprio Presidente da República", defendeu.

O secretário-geral do PCP realçou que "o senhor Presidente da República atual não fez nenhuma exigência idêntica" à do seu antecessor, Aníbal Cavaco Silva, que em 2015, para dar posse ao Governo do PS, "exigiu de uma forma persistente algumas medidas básicas que acabariam por ser contidas nesse documento".

"Vamos manter uma grande disponibilidade para conseguir avanços", afirmou Jerónimo, aberto a negociações com o Governo mediante o programa do PCP o permitir. O PCP admite apoiar medidas de um Governo do PS que sejam "boas para os trabalhadores e o povo português".

Questionado se a falta de um acordo escrito com o PS não trará instabilidade, Jerónimo de Sousa respondeu: "Não. Creio que não foi esse papel que determinou o desenvolvimento dos processos legislativos, das alterações que se verificaram, designadamente no exame comum das propostas de Orçamento do Estado, em que houve, de facto, convergência em relação a direitos importantes que foram concretizados".

"Vamos encontrar-nos com o Partido Socialista amanhã e vamos dialogar", frisou. 

A delegação do PCP, que incluía também os dirigentes comunistas Jorge Cordeiro, João Oliveira e Manuela Pinto Ângelo, esteve reunida com o chefe de Estado durante cerca de uma hora.

Depois do PCP, Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se com Catarina Martins. À saída do encontro, a coordenadora do BE considerou que o PS tem "legitimidade" para fazer um governo minoritário. Martins aludiu aos comunistas envolvidos num possível acordo: "Sempre valorizámos a convergência com o PCP mas somos partidos autónomos." 

Para Martins, há duas possibilidades: "Cá estaremos para negociar soluções que possam ser soluções de programa de governo, portanto com o horizonte de legislatura, mas para isso é preciso que haja vontade de ambas as partes. O Bloco já afirmou a sua disponibilidade para essa negociação, naturalmente o PS tem legitimidade para, como governo minoritário, negociar orçamento a orçamento, caso a caso."

"O PS teve uma vitória expressiva, tem todas as condições para formar Governo e deve formar Governo. Não existe uma maioria absoluta do PS no Parlamento e o BE assume as suas responsabilidades enquanto terceira força política. Cá estaremos para negociar soluções, que possam ser soluções de Governo e com um horizonte de legislatura", afirmou Martins.
 
"O BE já afirmou disponibilidade para essa negociação como fizemos há quatro anos. Naturalmente que, o PS depois tem legitimidade para um Governo minoritário, que negoceie Orçamento a Orçamento, caso a caso. Não colocamos em causa essa opção", frisou.

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