Se pensam que me agrada ter de parecer que defendo este Governo medíocre...
Nunca vi a direita ter tantas ambiguidades com as greves dos professores ou meter no mesmo saco manifestações anti-senhorios e as dos defensores do alojamento local. É agitação, é contra o Governo? Serve.
…estão completamente enganados. Não me agrada de todo. Só que as minhas prioridades estão na saúde da democracia em crise, muito para além de o Governo ser punido pela mediocridade que tem mostrado, não em tudo, mas em coisas suficientes para merecer o epíteto. O que está em causa é que muita da ofensiva política contra este Governo vem de uma combinação entre uma direita radicalizada, hoje muito poderosa na comunicação social, e que, pela sua acção, ajuda ao crescimento de um populismo antidemocrático do Chega. É a degenerescência da democracia que me importa, em dois aspectos, no institucional-político, com a radicalização extremada, e no social, com a ofensiva “neo-liberal” cujo alvo é conseguir a mais significativa mudança político-social desde o 25 de Abril, em áreas como o Estado social, as empresas públicas, o SNS, a “libertação” da “iniciativa privada” da regulação, a liberalização dos despedimentos, uma maior força patronal nas negociações laborais, etc. Nesta ofensiva todos os meios são usados, mesmo que venham “do outro lado”. Nunca vi a direita ter tantas ambiguidades com as greves dos professores ou meter no mesmo saco manifestações anti-senhorios e as dos defensores do alojamento local. É agitação, é contra o Governo? Serve.
Se pensam que me agrada ter de parecer que defendo este Governo medíocre...
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Recordamos a vida e os feitos do Rei, em cujo reinado se chegou à Índia e ao Brasil. E ainda: o diálogo Chega-PSD e as histórias das pessoas que têm hobbies extremos.