Ao empurrar o PSD para a radicalização, numa política mimética com o Chega e completamente contrária ao seu programa, o Chega é-lhes útil até encontrarem quem lhes interessa.
Tem havido algumas análises sobre a utilidade do Chega para o PS, que usaria o partido populista da direita radical para “assustar” os eleitores para a eventualidade de este chegar à governação encostado ao PSD. As ambiguidades do PSD face ao Chega facilitam esta táctica. Mas há outros “utilizadores” do Chega, os mentores ideológicos, políticos e financeiros da direita radical, ligados quer aos interesses económicos, quer à deriva ideológica neoliberal. Esses, a última coisa que querem é que o Chega governe por si, querem manter todas as distâncias entre eles, os de “cima”, e os arruaceiros do Chega, os de “baixo”. Mas precisam do Chega para porem em ordem o PSD, para que não haja veleidades no PSD de fazer uma política social-democrata, de se aliar com o PS em medidas comuns de centro-esquerda. Isso hoje parece muito pouco provável, as forças que ainda mantêm alguma relação com o impulso geracional do PPD são residuais após a queda de Rio, e já eram escassas depois da viragem à direita de Passos Coelho. Ao empurrar o PSD para a radicalização, numa política mimética com o Chega e completamente contrária ao seu programa, o Chega é-lhes útil até encontrarem quem lhes interessa. Este processo vem a par com o “sebastianismo” de Passos Coelho.Para o populismo tudo que vem à rede é peixe
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Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."
Brigitte e Emmanuel nada têm a ganhar com este processo que empestará ainda mais a atmosfera tóxica que rodeia o presidente, condenado às agruras políticas de um deplorável fim de mandato