O referendo turco concentrou todo o poder em Erdogan, mas mostrou também que há outra face na sociedade turca. A face da resistência à ditadura e da disponibilidade para assumir uma luta por valores laicos e democráticos
Aquilo que era o mais previsível aconteceu no referendo turco. Recep Erdogan concentra na sua pessoa o poder absoluto. Presidente, fica com os poderes próprios de um primeiro-ministro e de um Parlamento dominado também por si, Erdogan vai ainda lutar nos próximos tempos pela atribuição do poder letal aos tribunais, com mais um referendo pela reinstauração da pena de morte. Erdogan conquista a receita russa da dupla Putin/Medvedev, muito para lá da ideia de democracia musculada que o Ocidente há muito digeriu, sem se dar à maçada de uma rotatividade teatral. O líder islamista turco fica com todos os instrumentos para esmagar - ainda mais - todas as liberdades, sejam elas políticas, de imprensa ou judiciais, todos os direitos fundamentais, sejam eles os do indivíduo ou de organizações. Tudo isto acontece perante a já crónica paralisia europeia ou mesmo cumplicidade para com um autocrata que alimenta a víbora de todos os extremismos sob a habitual capa do nacionalismo, velho burgo de todas as mediocridades.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.