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O Benfica, entre 2016 e 2019 e a coberto de contratos fictícios, injectou mais de um milhão e meio de euros nos cofres do clube sadino (em rigor, na sua SAD) para que este pudesse pagar salários e dívidas fiscais.
A Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, Paulo Gonçalves e a SAD do Vitória FC (de Setúbal e adiante abreviadamente designado por Vitória), entre outros, foram esta semana formalmente acusados de corrupção, recebimento indevido de vantagem e fraude fiscal.
Em bom rigor, o que a acusação alega, graças ao recurso abundante de prova documental, é que o Benfica, entre 2016 e 2019 e a coberto de contratos fictícios, injectou mais de um milhão e meio de euros nos cofres do clube sadino (em rigor, na sua SAD) para que este pudesse pagar salários e dívidas fiscais, possibilitando, assim, ao Vitória manter-se e inscrever-se na Primeira Liga e proceder à inscrição de jogadores na respectiva competição.
Se isto, por si só, já é chocante por constituir um atropelo grosseiro à verdade desportiva da competição, dado que permitiu ao Vitória manter-se e inscrever-se, durante anos, na principal Liga portuguesa de futebol em detrimento de outros clubes cumpridores que não beneficiavam do alto patrocínio encarnado e que acabariam por descer de divisão, já o plano criminoso que, na óptica do MP, terá sido arquitectado pelo Benfica para levar a cabo tal manigância não é, a ser verdade, menos aterrador por tão ostensivo e flagrante.
Na verdade, e segundo a tese do MP, tudo começou com o negócio Bruno Varela.
Em 24 de Junho de 2016, o Benfica, que tinha um contrato com Bruno Varela, decide renovar com o jogador por mais 3 anos, sendo que essa renovação produzia efeitos a partir de 1 de Julho 2018.
O Benfica revelava, assim, acreditar no potencial do jogador e considerava que o mesmo tinha condições para vir a integrar, no futuro, o plantel encarnado, pois de outra forma não fazia qualquer sentido aquela renovação.
Sucede que, seis dias depois, isto é em 30 de junho de 2016, o Benfica revogou o contrato com o jogador e nesse mesmo dia "transferiu" o jogador ao Vitória a custo zero, resgatando o jogador um ano depois mediante o pagamento ao Vitória da quantia de 100.000,00 Euros.
Em bom rigor, segundo a acusação, o Benfica nunca teve intenção vender o jogador ao Vitória, pretendendo apenas um empréstimo à semelhança do que já tinha feito no ano anterior em que havia emprestado o jogador ao Valladolid, mas como tinha que justificar a injecção de dinheiro no Vitória, simulou uma venda gratuita do jogador – quando o seu valor de mercado era de 800.000,00 Euros – e uma recompra do mesmo pelos tais 100.000,00 Euros.
Mas se o leitor considera que este esquema corresponde a gato escondido com rabo de fora, o que lhe apresentarei de seguida será, a fazer fé na acusação, o gato todo à sua frente.
Com efeito, segundo se pode ler na acusação, confrontado com o facto de o Vitória continuar com avultadas dívidas fiscais e salários por pagar, em 10 de Janeiro de 2017 o Benfica lá arranjou forma de voltar a dar oxigénio ao Vitória, arquitectando, na óptica do MP, mais um contrato (simulado) que permitisse nova injecção de capital no Vitória, contrato esse agora no montante de 300.000,00 Euros e que tinha por objecto um alegado direito de preferência do Benfica sobre todo e qualquer jogador do Vitória.
Poucos meses depois da celebração deste contrato, segundo se pode ler na acusação, o Presidente do Vitória transmitiu a Luís Filipe Vieira a necessidade de o Benfica (voltar) a contribuir financeiramente face à impossibilidade do clube sadino cumprir os requisitos legais para participação na Primeira Liga face às dívidas que tinha vencidas.
E assim, em 4 de Abril de 2017 (menos de três meses desde a celebração do contrato anterior), o Benfica volta a celebrar um novo contrato com o Vitória, segundo o qual o Vitória cedia ao Benfica um novo e redundante direito de preferência na transferência de 5 jogadores seus a troco de mais 400.000,00 Euros.
Quer isto dizer que, através deste novo contrato, o Benfica pagou mais 400 mil euros ao Vitória para ter o direito de preferência sobre jogadores que já se encontravam abrangidos pelo direito de preferência previsto no contrato anterior e pelo qual o Benfica já havia pago 300 mil euros.
E, não obstante os 700 mil euros pagos pelo Benfica ao Vitória por direitos de preferência redundantes, o Benfica jamais exerceu qualquer direito de preferência sobre jogadores do Vitória.
Mas desengane-se se pensa que isto fica por aqui.
Um mês e meio volvido sobre este segundo contrato, o Benfica volta a celebrar um terceiro contrato com o Vitória, no valor de 440.000,00 Euros, cujo objecto consistia, agora, no direito de opção de compra do jogador do Vitória, João Amaral, e isto quando o Benfica já tinha direito de preferência sobre o jogador e prioridade na compra dos seus direitos através do primeiro contrato.
Assim, em 4 meses, o Benfica injectou nas contas do Vitória 1.140.000,00 Euros através, segundo o MP, da simulação de vendas e direitos de preferência, redundantes entre si, dinheiro esse que foi utilizado pelo Vitória para pagar salários e dívidas fiscais em atraso.
Ora, perante todos estes dados que constam da acusação do MP, há, entre outras, duas perguntas que se impõem e que, certamente, terão de ser bem respondidas e justificadas em juízo pelos representantes do clube encarnado, de nada adiantado a estes apregoar que a acusação é infundada:
Não sendo o Benfica uma instituição de caridade, porque razão "deu", ao longo daqueles anos, mais de 1.500.000,00 Euros ao Vitória?
Qual era o interesse do Benfica em que o Vitória permanecesse na mesma Liga em que competia o Benfica?
A acusação revela ainda mais dados que sustentam, no entendimento do MP, a prática dos crimes pelos quais a Benfica SAD está acusada só que o texto já vai longo e o leitor já deve estar suficientemente estupefacto com o que a acusação descreve.
2. Coincidentemente, neste período em que o Benfica, segundo o MP, corrompia e colocava no bolso o Vitória através do esquema descrito (seria o único clube?), o Benfica tinha "espiões" na Federação, Liga e Arbitragem, Cesar Boaventura, pessoa muito próxima de Luís Filipe Vieira, andava a tentar subornar jogadores do Rio Ave, oferecendo-lhes avultadas quantias em dinheiro, para prejudicarem o seu clube no jogo contra o Benfica (tendo aquele já sido objecto de condenação em 1.ª instância por três crimes de corrupção), e Paulo Gonçalves, também acusado neste processo e tido como braço direito de Luís Filipe Vieira no Benfica, corrompia um funcionário judicial para ter acesso a informações de processos judiciais que envolviam o clube encarnado e que estavam em segredo de justiça (tendo este já sido também condenado por corrupção).
Entretanto, sabemos agora, graças a este despacho do MP, que Miguel Pinho também é suspeito (não existe quanto ao mesmo qualquer acusação) de ter oferecido 30.000,00 euros a um jogador do Marítimo para que este prejudicasse a sua equipa no jogo realizado contra o Benfica em 2016.
Contudo, toda a opinião pública sabe que tudo isto (fora o que não se sabe) era feito por auto recreação dos seus já condenados autores que, movidos por um imensurável amor ao clube encarnado, disponibilizavam-se a gastar rios de dinheiro do seu próprio bolso e a oferecer prebendas a terceiros para verem o seu clube de coração ganhar fraudulentamente dentro e fora de campo.
Há quem ainda não consiga encarar um FC Porto sem Pinto da Costa, tal era o culto da personalidade que cultivavam, e mostre resistência em estar de corpo e alma com o clube, aproveitando qualquer momento menos bom para apoucar quem dirige os destinos do FC Porto.
É inegável que o FC Porto ficou mais fraco com o fim do mercado de Janeiro e que a luta pelo título parece ser cada vez mais uma miragem, mas aproveitemos os próximos meses pela frente para trabalhar as novas ideias do treinador, fazer crescer os jovens jogadores do plantel e lutar pelo acesso à tão importante Champions League.
Se no FC Porto não há anos zero, este será o ano zero de Martin Anselmi que deverá lançar as bases para termos um FC Porto competente e muito melhor preparado no futuro.
O tempo que avaliará Anselmi não é o tempo dos adeptos que exigem respostas imediatas em campo e resultados desportivos à altura dos pergaminhos do FC Porto.
Perante este cenário grotesco, que permite perceber melhor como é que uns iam enriquecendo enquanto o clube ficava cada vez mais perto do abismo financeiro, não é possível nem aceitável que não se extraiam consequências desta auditoria. Só assim estaremos a ser implacáveis com quem tiver lesado o FC Porto.
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