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O telefone móvel entrou devagarinho e rapidamente evoluiu do tijolo para se transformar numa arma de arremesso que nos faz arrepiar, gritar e zangar enquanto nos seduz, acalma e preenche. Hoje, o smartphone é por demais inteligente.
Há uma diferença muito razoável entre estarmos e sermos felizes. Ser feliz é uma condição inabalável, transformadora que nos permite sentir uma espécie de formigueiro constante no corpo que resulta desse sentir-se permanentemente feliz associado ao ser. Estar depende, quase sempre, de factores ou estímulos exteriores, não é inerente a cada um de nós e, portanto, é um estado e não uma condição.
A sociedade contemporânea associa muito a ideia de felicidade ao que podemos fazer, ao que podemos ter e, sobretudo, ao que podemos ter. Os dispositivos digitais - todos os aparelhos que entretanto entraram nas nossas vidas - e o admirável mundo novo ao qual nos dão acesso - essa coisa chamada internet que suporta tudo o que encontramos na web e nas redes sociais - tornaram ainda mais complexo um paradigma que já era, por si só, problemático.
Consta que Steve Jobs foi por demais reticente em avançar com o desenvolvimento do iPhone. A razão pouco importa - agora - mas estas reticências adiaram o desenvolvimento de um novo paradigma comunicacional e societal que nos tornou dependentes de um objecto que circula connosco no bolso e está presente em todos - admitam, está presente, mesmo que omnipresente - em todos os momentos da nossa vida, facilitando, enquanto complexifica, cada movimento e a mais pequena acção.
O telefone móvel entrou devagarinho e rapidamente evoluiu do tijolo para se transformar numa arma de arremesso que nos faz arrepiar, gritar e zangar enquanto nos seduz, acalma e preenche. Hoje, o smartphone é por demais inteligente. É um computador de bolso (por vezes mais potente e rápido que os computador de que dispomos para trabalhar) que também permite efectuar chamadas. Escusado será descrever as funcionalidades do telefone actual porque só percebemos o real impacto deste aparelho na nossa vida quando somos privados da sua utilização. Este é um dos grande problemas da sociedade contemporânea, porque o telefone, que tecnicamente é uma ferramenta, passou a acessório de estatuto social, bengala para apoio emocional e companhia sem a qual não podemos passar. Começámos por perceber que tínhamos um problema quando constatámos que estávamos demasiado dependentes das redes sociais, publicando sem parar, pousando os olhos em conteúdos que pouco ou nada acrescentam à nossa vida, só para ver o tempo passar. O problema hoje é maior porque a interpenetração deste dispositivo nas nossas vidas faz com que não o possamos dispensar sob pena de efectivamente, desligar. Ninguém sabe desligar e ensinar a desligar já se tornou um negócio e uma profissão. Como se faz? Desligando.
O telefone (ainda) tem um botão que o desconecta e outro que o desliga.
Desligar confronta-nos com quem somos e as nossas limitações, o que somos e quem somos, como queremos ser e o trabalho que dá para lá chegar. Sem este aparelho talvez consigamos ter um vislumbre do que é preciso para atingir essa ideia de felicidade, que procuramos encontrar através dos conteúdos com os quais tentamos esbarrar, sempre à espera da próxima novidade que nos vai fazer sentir bem. Não é feliz que vive a sua vida através da vida dos outros, nem pode ser feliz que não se reconhece enquanto tal, procurando dentro de si os pequenos pormenores que, juntos, se transformam numa grande e coerente capacidade para sentir a felicidade nas pequenas coisas da vida, permitindo, então, ser feliz. Também não é feliz quem se nega, quem tenta contrariar a sua natureza e encaixar, seja lá no que for que tente encaixar. E neste capítulo, os smartphones - e tudo o que está dentro deles - têm alguma responsabilidade porque nos garantem a comparação e nos confrontam com a exposição e exibição de tudo o que não precisamos ver, sob pena de nos questionarmos por não sermos assim. Ser é isso mesmo, essa capacidade única que cada um tem de significar-se, referenciar-se em função de si mesmo, respeitando mas, contudo, ignorando o outro. Porque somos e seremos sempre o eu e o outro, nessa dialética que faz de cada um de nós um e outro sem deixar de ser um, para ser o outro. E só sendo seremos realmente. Só sendo, a felicidade é, em vez de estar.
Associamos a felicidade ao que conseguimos alcançar através desta ferramenta sem pensar nas consequências de cada movimento e acção. Se é certo que é uma ferramenta poderosa, um canivete suíço digital que serve múltiplos propósitos, também é verdade que associar a ideia de felicidade a uma ferramenta que se pode ligar e desligar é entrar num esquema que transforma o ser num mero verbo de estar.
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