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Talvez, de facto, não consigamos falar de um "instinto maternal", pelo menos no sentido tradicional da palavra ou da expectativa social em torno da mesma.
O que é um instinto? Se olharmos para a sua definição, reconhecemos que é "uma resposta complexa inata, não apreendida, específica de uma determinada espécie". É, portanto, algo que surge automática e naturalmente em nós. Se pensarmos em instintos dos seres humanos, é natural que, inevitavelmente, pensemos num dito "instinto maternal". Mas se instinto é algo automático e inato, como podemos falar de "mães" que matam os filhos? Será possível que contradigamos tanto a nossa natureza? Ou não poderemos, na verdade, falar em instinto no que toca à maternidade?
O filicídio é o termo utilizado para descrever o homicídio de um filho pelos pais, podendo ser dividido em neonaticídio e infanticídio, conforme a idade da criança. Assim, o homicídio do recém-nascido, no dia do seu nascimento, é considerado um neonaticídio e o homicídio de um bebé, ao longo do seu primeiro ano de vida, é considerado infanticídio.
Para muitos de nós, é impensável cometer um crime contra a vida e muito menos um crime contra uma vida tão indefesa, sendo impossível de entender tal comportamento sem falar de depressão pós-parto ou de outra patologia psicológica que motivasse tal ato. Mas a verdade é que estudos recentes têm comprovado que mães que cometem neonaticídios, sobretudo as mais novas, têm uma probabilidade acrescida de não ter doenças mentais e a principal causa do neonaticídio é, na realidade, a existência de uma gravidez indesejada.
Portanto, vemos que este fenómeno é mais complexo do que muitos acreditam e uma ponderação cuidada das suas características pode ser necessária para uma melhor compreensão deste ato.
Importa indicar que a maior parte dos neonaticídios é cometido pela "mãe" biológica, que age sozinha. Apesar de, em países mais fragilizados, termos filicídios motivados por constrangimentos externos (por exemplo, a falta de condições para criar uma criança), no dito mundo desenvolvido, é frequente que a própria gravidez tenha sido ocultada ou mesmo negada pela mãe. Muitas vezes, esta negação é mais intensa do que simplesmente esconder ou rejeitar a gravidez: algumas mulheres reportam que desconheciam, física e emocionalmente, que estavam grávidas, ficando surpreendidas no momento do parto. Em alguns casos, continuam a menstruar, o que contribui para este desconhecimento. Noutros casos, podem reconhecer que estão grávidas, mas rejeitar a gravidez emocionalmente. Em situações raras, podem deter problemas psicóticos, intercalando entre o reconhecimento da gravidez e a atribuição dos sinais corporais vividos a experiências bizarras.
No entanto, é de reconhecer que, em determinadas situações, temos mães que sabem que estão grávidas, mas que o escondem. Isto tem implicações na própria gravidez, uma vez que não é procurado apoio médico e, muitas vezes, o parto é levado a cabo quando estão sozinhas, em segredo (muitas vezes, em casa).
As mães que cometem neonaticídios tendem a ser solteiras, relativamente novas e com maiores dificuldades socioeconómicas, sendo, como já dissemos, primariamente motivadas pela rejeição e negação da gravidez. Outros motivos para o filicídio incluem: morte acidental, fruto de maus-tratos que já existiam na família; vingança, onde a morte da criança ocorre para causar sofrimento ao outro progenitor; uma visão de "altruísmo", onde a mãe acredita que a morte da criança é positiva para ela (por exemplo, devido a psicose, extensão do suicídio da própria mãe ou crença de que se trata de uma eutanásia, quando a criança tem uma doença grave); criança indesejada pelo facto de o progenitor ter uma outra família; sem motivo, normalmente associada a psicose grave. A depressão pós-parto, tão utilizada para justificar episódios de neonaticídio ou infanticídio, raramente está presente nas situações de morte da criança por maus-tratos, sendo mais comum em situações de homicídio "altruístico" ou psicótico.
As mulheres que cometem filicídio estão, frequentemente, sob muita pressão. Muitas não têm condições económicas para suportar um filho, estão socialmente isoladas, ou são elas próprias vítimas de violência. Sabemos, ainda, que uma percentagem significativa destas mulheres tenta ou comete o suicídio após o filicídio.
Conseguimos perceber, então, que este fenómeno é altamente complexo e motivado por uma panóplia de fatores, nem sempre eles associados a doença mental, mas que beneficiam do contributo da psicologia.
Talvez, de facto, não consigamos falar de um "instinto maternal", pelo menos no sentido tradicional da palavra ou da expectativa social em torno da mesma. Nem todos nascem com uma capacidade de proteger ou cuidar, e esperar isso de outras pessoas pode ser injusto e repressivo, inclusive para os que nascem.
A forma mais encoberta da violência obstétrica, isto é, a violência verbal, inclui comentários desrespeitosos, reprimendas desnecessárias, ironia, insultos, ameaças, culpabilização e humilhação da grávida.
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