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Quem está do lado da desinformação, não está no lado da democracia. Quem se alia a estas lutas e ações, não está a proteger a democracia e as pessoas. Protege apenas um grupo de pessoas fiéis a si mesmos, às suas corporações e aos seus interesses.
A morte de Odair Muniz trouxe à tona discussões sobre racismo, violência policial e desigualdade social. Todas elas extremamente importantes, das quais pouco terei a acrescentar face ao que foi discutido. Mas também mostrou aquilo que André Ventura mais deseja: divisão e acender "a revolução" para pôr fim ao "sistema dos últimos 50 anos". O próprio não podia ser mais claro de qual é o objectivo do seu partido e das suas pessoas: Acabar com o sistema democrático. Enquanto as implicações da violência policial, os apoios (ou falta deles) a estes bairros estão amplamente a ser discutidos, polarizados e alvo de desinformação, o segundo continua desaparecido dos nossos meios de comunicação social. Repito, nunca foi tão claro o seu incentivo ao ódio e violência e nunca foi claro o objectivo anti-democrático do seu partido, e parece que o dia de hoje é igual ao dia de ontem. Damos mais um passo na escada anti-democrática e continuamos sem parar nem pensar. Não estamos a ser os primeiros, mas bem podemos ser os últimos.
A displicência do discurso não é de hoje, mas é em 2024 que Ventura se sente confiante para entoar os seus objectivos em frente à própria Assembleia da República usando um megafone. E tem boas razões para isso. Vê por toda a Europa uma onda de crescimento da extrema-direita, de descontentamento social e aumento das desigualdades. E é precisamente em tempos socialmente conturbados que resistimos muitas vezes em encontrar as verdadeiras causas para além das óbvias. Mas olhemos então para os padrões globais e para as democracias liberais. Um dos primeiros grandes exemplos de sucesso do fenómeno da "desinformação" foi a eleição de Trump em 2016, exposto através do caso da cambridge analytics, onde foram usados os dados de milhões de cidadãos através da plataforma Facebook. Não foi só usado do outro lado do atlântico, mas também na campanha para a decisão do Brexit no mesmo ano. Sabemos bem que foram vitórias curtas, presumivelmente com outros contornos caso não houvesse este tipo de interferência.
No entanto, não parou por aqui. Em tantas outras eleições de lá para cá tivemos dinâmicas de desinformação, todas com o mesmo objectivo: a desunião e o fim da democracia. Sabemos de onde vem e quem beneficia. Nas últimas semanas tivemos confirmação novamente de uma larga interferência russa nas eleições da Moldávia assim como na Geórgia. Sempre no sentido de privilegiar os candidatos anti-europa e anti-democráticos. A democracia encontra-se em guerra, e o risco de a perder também parece estar a aumentar com o aumento da extrema-direita por toda a europa, e a possível vitória de Trump nos Estados Unidos da América. E que sejamos bem directos: quem está do lado da desinformação, não está no lado da democracia. Quem se alia a estas lutas e ações, não está a proteger a democracia e as pessoas. Protege apenas um grupo de pessoas fiéis a si mesmos, às suas corporações e aos seus interesses. Cá por Portugal, temos mesmo um jornal de um partido com layout semelhantes a outros fidedignos, sendo uma máquina de propaganda e difusão de desinformação, considerado um órgão de comunicação social legítimo pela ERC, o Folha Nacional.
Enquanto ignorarmos o que vai acontecendo nas nossas ruas, enquanto a representatividade for a mesma e, especialmente, enquanto o confronto democrático e polarização for visto como negativo, não conseguiremos sentar cidadãos e representantes, empresas e trabalhadores, "bons e maus" pela luta das nossas vidas. Enquanto não houver sentido de comunidade, de confiança, de respeito pelas outras vidas, enquanto não tivermos também do nosso lado um "exército" democrático pela informação, pelo rigor, pela decência, estamos a escassos passos de perder esta guerra. Eu, um soldado da paz e democracia, me confesso.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"